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Marta e outras estrelas

Com uma goleada categórica sobre o Uruguai, a Seleção Brasileira Feminina de futebol assegurou a classificação para a próxima Olimpíada e para a Copa do Mundo

Marta e outras estrelas
Marta e outras estrelas
Seleção Feminina de Futebol. Foto: CBF
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A Seleção Brasileira Feminina de futebol garantiu sua vaga na final sul-americana contra a Colômbia, após uma goleada categórica sobre o Uruguai.

Com essa vitória, o time assegurou também a classificação para a próxima Olimpíada e para a Copa do Mundo.

Nem a altitude do Equador, onde o campeonato foi disputado, foi obstáculo para mais essa performance consistente da lendária Marta e das outras estrelas da nossa Seleção.

Enquanto isso, o futebol masculino segue a todo vapor com o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil em suas oitavas de final.

O calendário esportivo mundial também está cheio, com destaque para a Liga das Nações de Vôlei na China e o Mundial de Esportes Aquáticos, em Cingapura, entre outros eventos.

O futebol brasileiro, com o Brasileirão e a Copa do Brasil acontecendo simultaneamente, acaba confundindo o torcedor.

Além disso, às vezes, provoca até três confrontos entre as mesmas equipes em um curto espaço de tempo, como acontece agora com Atlético Mineiro e Flamengo. A pressão do calendário deixa espantados os torcedores.

O Fortaleza, por exemplo, que vinha numa longa trajetória de estabilidade vitoriosa sob o comando do excelente Juan Pablo Vojvoda, de repente se vê rondando a zona do rebaixamento.

Em contrapartida, o Cruzeiro, que ameaçava entrar em crise, ressurge ­disputando as primeiras posições.

Já o Ceará, tradicional adversário local do Fortaleza, apesar de uma boa estrutura, vinha com dificuldades para engrenar um período vitorioso, mas também parece ter embarcado numa boa temporada.

Outro clube que mudou a perspectiva depois do Mundial de Clubes foi o Fluminense. O time carioca vinha “nadando de braçada” e, de repente, começou a tropeçar.

Não é fácil disputar, ao mesmo tempo, todos esses campeonatos tão concorridos sem um elenco numeroso para lidar com as punições e os problemas médicos recorrentes. É preciso uma organização sólida para garantir a tão difícil estabilidade.

À medida que os campeonatos se aproximam do final, os clubes com jogadores capazes de substituir à altura os desfalques se destacam.

Estamos também em plena “janela de transferências”, o que explica a grande movimentação com o anúncio de contratações. Todos buscam aumentar suas chances de alcançar os títulos ou evitar a queda.

Neste momento, chama atenção a postura do Flamengo. Mesmo com um grupo forte e boa colocação na tabela, o clube partiu para novas contratações, visando sustentar a boa fase. Quando a janela fechar e a reta final da temporada chegar, como diz o povo, “o couro come”.

Em meio aos resultados dos nossos principais campeonatos, duas reportagens do Globo Esporte (GE) chamaram atenção especial.

Uma é sobre a situação de um clube tradicional em sérias dificuldades. Outra é a história de um jogador com uma carreira pródiga que conseguiu dar a volta por cima depois de um período tenebroso.

São os casos do Oeste, de Itápolis, simpática cidade do interior paulista, e do lateral Jura, ex-São Paulo e Flamengo.

O centenário Oeste passou por algo que tem se tornado comum: clubes que mudam de cidade perdem sua identidade, sua base de sustentação e sua torcida. Por interesses políticos e financeiros, os clubes têm sido atraídos pelo “canto da sereia”, perdendo suas raízes e acabando por se afogar nas marés contrárias, sem ter no que se agarrar.

Imagina-se como ficam os torcedores apaixonados desses times com longas histórias, sufocados pelas próprias emoções. Como manifestou um torcedor, é “melhor ver o time numa divisão menor do que descarrilado”.

Já o ex-atleta Jura, que ­substituiu ­Cafu­ no São Paulo e atuou em outros clubes, alcançou sucesso em um período fértil, mas depois foi substituído por uma série de amarguras, como acontece com indesejável frequência no esporte profissional.

Felizmente, Jura, graças à firmeza do seu caráter, tem demonstrado com atitudes sua capacidade de superação e está de volta, com integridade, à carreira esportiva, agora como técnico de futebol.

É importante atentarmos para a regularidade com que esses processos traumáticos têm se apresentado no esporte profissional. •

Publicado na edição n° 1373 de CartaCapital, em 06 de agosto de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Marta e outras estrelas’

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