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O último refúgio Assim que Trump anunciou o tarifaço contra o Brasil, além das óbvias indignações globais, surgiram também reações locais condicionadas e seletivas. Analistas da mídia e setores conservadores apressaram-se a culpar o governo Lula por não ter cortejado Trump desde seu retorno à […]


O último refúgio
Assim que Trump anunciou o tarifaço contra o Brasil, além das óbvias indignações globais, surgiram também reações locais condicionadas e seletivas. Analistas da mídia e setores conservadores apressaram-se a culpar o governo Lula por não ter cortejado Trump desde seu retorno à Casa Branca. O Brasil já busca diálogo direto com os setores econômicos e políticos norte-americanos afetados, para que possam pleitear uma solução junto ao governo dos EUA. Caso isso não funcione, vale lembrar que um eventual impacto negativo em nossa economia, além de passageiro, será muito menor do que o que enfrentamos durante a pandemia há poucos anos.
Santiago Wessner
O dobro ou nada
Lula, mantenha-se firme contra Trump e reúna-se sempre com a Abin para nos precavermos da CIA e do risco de nova tentativa de golpe. Há a mão dessa agência de segurança americana em conluio com Eduardo Bolsonaro. As ações são coordenadas e sincronizadas, tal como acontecia na época da Lava Jato. O ataque à soberania nacional, desta vez, é bem menos sutil, nem sequer vem disfarçado, como era antes. O momento é gravíssimo, e a ordem é erguer a cabeça e deter esse atrevimento de um país estrangeiro em hostilizar a nação e as nossas sagradas instituições democráticas.
Marco Trajano
Aqui se faz,aqui se paga
O Brasil está em situação parecida à da França em 1940: os alemães tomaram metade do território, e o governo francês concordou em entregá-lo e colaborar com os invasores para que a França continuasse a existir. Não demorou um ano para a Alemanha hitlerista tomar toda a França, sem resistência. Se o Brasil ceder agora, viraremos o 51º estado norte-americano.
César Augusto Hulsendeger
Tiktokers federais
Deveríamos tratar nossos parlamentares como crianças e adolescentes na escola. Entrou no Congresso, o telefone fica fora. Quem descumprir a norma, recebe advertência. Na terceira vez, é expulso.
Juliano Cersosimo
Nação à deriva
A esquerda brasileira virou uma extensão do lulismo, que considera o cúmulo da sagacidade política a atitude conciliadora e pouco dialética. Pior: o dogmatismo lulista expressa posturas altamente imobilizadoras. Não se pode fazer nada por causa do Congresso. Se enfrentarmos a direita, corremos o risco de um golpe. Ora, foi justamente a falta de posicionamento que permitiu o crescimento da ultradireita no Parlamento e também resultou em um golpe contra a democracia.
Francisco Rocha
Os heterônimos de Celso Furtado
O saudoso pensador e economista Celso Furtado foi um verdadeiro patriota. Ele analisou o Brasil e as mazelas da nossa economia, o subdesenvolvimento, com clareza e rigor, apontando a subserviência das elites aos impérios e o desprezo que essas mesmas elites tinham pelo seu povo. Sua doutrina e seu legado ajudam a compreender o que é o Brasil e por que as desigualdades persistem em um país tão rico.
Paulo Sérgio Cordeiro
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Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
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