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ONGs israelenses acusam Israel de cometer genocídio em Gaza

Relatório compila um estudo de declarações, estatísticas e acontecimentos políticos de Israel por mais de 20 meses

ONGs israelenses acusam Israel de cometer genocídio em Gaza
ONGs israelenses acusam Israel de cometer genocídio em Gaza
A mesquita Ansar, no centro de Gaza, em 4 de junho, destruída por ataques de Israel. Foto: Eyad Baba/AFP
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As principais ONGs israelenses, B’Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos, afirmaram nesta segunda-feira 28 que Israel está cometendo um “genocídio” na Faixa de Gaza, segundo suas próprias investigações.

“Nada te prepara para se dar conta de que você é parte de uma sociedade que comete genocídio. Este é um momento profundamente doloroso para nós”, disse a diretora-executiva da B’Tselem, Yuli Novak, em um comunicado publicado paralelamente a uma coletiva de imprensa em Jerusalém.

O relatório de sua organização, uma instituição com mais de 35 anos de existência, compila um estudo de declarações, estatísticas e acontecimentos políticos de Israel por “mais de 20 meses”.

“A análise da política israelense na Faixa de Gaza e suas terríveis consequências, assim como as declarações de autoridades políticas de alto escalão e militares israelenses sobre os objetivos do ataque, nos levam à conclusão inequívoca de que Israel está realizando uma ação coordenada destinada a destruir intencionalmente a sociedade palestina na Faixa de Gaza”, afirma a investigação.

O relatório da ONG Médicos pelos Direitos Humanos documenta o que a organização chama de “destruição deliberada e sistemática do sistema de saúde de Gaza”.

O porta-voz do governo israelense, David Mencer, afirmou nesta segunda-feira que Israel “rejeita firmemente esta acusação”.

“Não tem nenhum sentido enviarmos 1,9 milhão de toneladas de ajuda se houvesse uma intenção de genocídio”, disse Mencer.

“Nossas forças de defesa atacam os terroristas e nunca os civis. O Hamas é responsável pelo sofrimento em Gaza”, acrescentou.

O Tribunal Penal Internacional (TPI), uma corte permanente encarregada de processar e julgar pessoas acusadas de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra, emitiu ordens de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant.

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