Política
Alcolumbre rejeita pressão de bolsonaristas e mantém recesso parlamentar
A oposição tenta articular uma reação no Congresso contra as decisões de Moraes


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) rejeitou nesta sexta-feira 18 suspender o recesso parlamentar, previsto para terminar somente no dia 4 de agosto.
Alcolumbre estava sendo pressionado, especialmente por parlamentares do PL, para definir o retorno antecipado das atividades do Congresso em reação à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de impor ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o uso de tornozeleira eletrônica.
“O presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, reitera que o recesso parlamentar de julho está mantido, conforme amplamente e previamente anunciado. Durante as próximas duas semanas, não haverá sessões deliberativas nem funcionamento das comissões”, disse em nota.
” As atividades legislativas serão retomadas na semana do dia 4 de agosto, com sessões deliberativas e funcionamento regular das comissões, conforme calendário definido”, completa o texto.
Os parlamentares tentam articular uma reação no Congresso contra as decisões de Moraes que miram na trama golpista. A principal arma dos parlamentares é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe decisões monocráticas no Supremo.
Mais cedo, a Primeira Turma do Supremo referendou a determinação de Moraes. O ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram no plenário virtual nesta sexta-feira 18, referendando as medidas. O julgamento terminará na segunda-feira 21 e restam os votos de Luiz Fux e Cármen Lúcia.
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