CartaExpressa

Para a PF, Bolsonaro financiou operação contra a soberania nacional

O ex-presidente confirmou ter destinado R$ 2 milhões para as atividades do filho Eduardo nos Estados Unidos

Para a PF, Bolsonaro financiou operação contra a soberania nacional
Para a PF, Bolsonaro financiou operação contra a soberania nacional
Jair Bolsonaro durante o interrogatório da trama golpista no STF. Foto: Evaristo SA / AFP
Apoie Siga-nos no

Um dos principais motivos que levaram a Polícia Federal a deflagrar, nesta sexta-feira 18, uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi a suspeita de financiamento de atividades que atentam contra a soberania nacional. No centro das investigações está o envio de recursos ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, que vive nos Estados Unidos em uma espécie de autoexílio marcado por articulações e discursos de teor conspiratório contra o Brasil.

A tensão se intensificou após o “tarifaço” anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros — episódio em que Eduardo passou a ostentar sua suposta influência junto ao governo americano.

A decisão que deflagrou a operação destaca que Eduardo e Jair atuaram para “induzirem, instigarem e auxiliarem governo estrangeiro a prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos da América”.

O texto também cita a contribuição milionária de Bolsonaro à manutenção de Eduardo nos EUA como “forte indício” de alinhamento criminoso entre os dois. No último dia 5 de junho, em depoimento à própria PF, o ex-presidente afirmou ter enviado 2 milhões de reais a Eduardo. O dinheiro, segundo ele, é parte de um montante recebido de apoiadores via Pix.

Trecho da decisão de Moraes que apura a atuação de Jair e Eduardo Bolsonaro por suposta coação, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

“Vocês sabem que, lá atrás, eu não fiz campanha, mas foi depositado na minha conta 17 milhões e eu botei 2 milhões na conta dele. Lá fora tudo é mais caro, eu tenho dois netos, um de quatro e outro de um ano de idade, ele tá lá fora, não quero que passe dificuldade”, disse o ex-capitão ao deixar a sede da PF após depoimento.

Na ocasião, Jair foi ouvido pela PF na condição de testemunha, em caso contra Eduardo – que já na época era alvo de investigação sobre uma trama nos EUA para viabilizar sanções contra autoridades brasileiras.

“Ajudei. Coloquei um dinheiro na conta dele, bastante, e ele está levando a vida dele. Dinheiro limpo, Pix, e aí estão dizendo que estou financiando atos antidemocráticos”, prosseguiu Bolsonaro na ocasião.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo