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Governo Trump pede um dia de prisão para policial condenado por morte de Breonna Taylor

O assassinato da mulher negra, em 2020, desencadeou protestos que exigiam reforma policial e justiça racial

Governo Trump pede um dia de prisão para policial condenado por morte de Breonna Taylor
Governo Trump pede um dia de prisão para policial condenado por morte de Breonna Taylor
Donald Trump. Foto: Allison ROBBERT / AFP
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou uma pena de apenas um dia de prisão para um ex-policial condenado por violar os direitos civis de Breonna Taylor, uma mulher negra cujo assassinato em 2020 desencadeou protestos que exigiam reforma policial e justiça racial.

Brett Hankinson, condenado em novembro por um júri federal de Kentucky por uma acusação de abuso dos direitos civis de Taylor, será sentenciado na segunda-feira 21 e, se condenado à pena máxima, pode pegar prisão perpétua.

Mas Harmeet Dhillon, chefe da divisão de direitos civis do Departamento de Justiça, pediu ao juiz na quarta-feira que concedesse a Hankison a pena já cumprida, pelo único dia que passou preso no momento de sua detenção, e três anos de liberdade supervisionada.

Segundo Dhillon, nomeada para o cargo pelo presidente Donald Trump, “o governo respeita o veredicto do júri”, mas adicionar à sentença consequências adicionais à demissão definitiva do agente seria “simplesmente injusto”.

“Hankison não atirou em Taylor e não é responsável por sua morte”, argumentou.

Os advogados da família Taylor condenaram a solicitação do governo Trump como “um insulto à vida de Breonna Taylor”.

“Recomendar apenas um dia de prisão envia a mensagem inequívoca de que os agentes brancos podem violar os direitos civis dos afro-americanos quase com total impunidade”, reclamaram em um comunicado.

Em março de 2020, três policiais de Louisville invadiram no meio da noite a residência de Taylor, de 26 anos, no contexto de uma investigação por tráfico de drogas contra seu ex-namorado.

Seu novo namorado pensou que se tratava de ladrões e disparou um tiro, ferindo um policial. A polícia respondeu com mais de 30 tiros, e Breonna Taylor morreu após ser atingida por vários disparos.

As mortes de Taylor e de George Floyd, um homem negro de 46 anos assassinado por um policial branco em Mineápolis em maio de 2020, tornaram-se o foco de uma onda de grandes protestos nos Estados Unidos e no resto do mundo contra a injustiça racial e a brutalidade policial.

Em maio, o Departamento de Justiça havia anunciado que retirava as ações judiciais apresentadas pelo governo do ex-presidente Joe Biden contra a Polícia de Louisville e Mineápolis, que acusavam essas instituições de uso excessivo da força e discriminação racial.

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