

Opinião
Mais Correios
Uma iniciativa da estatal para se fortalecer no comércio eletrônico


O sucesso do e-commerce no Brasil é inegável. Com vendas que devem chegar a 225 bilhões de reais em 2025, o comércio eletrônico já faz parte do cotidiano das famílias. A jornada do consumidor tem um ponto fundamental, a capacidade de realizar entregas com eficiência. Consumidores no Brasil consideram pontualidade e preço da logística como diferenciais para fechar negócio. É nesse cenário que surge o Mais Correios, plataforma de marketplace, que começou a operar neste mês com produtos em 25 categorias e mais de 500 mil itens.
A partir do princípio de que a logística é uma vantagem competitiva, a iniciativa aposta em um novo modelo de negócios, alinhado à vocação da empresa. O diferencial será o prazo de entrega: no máximo, três dias úteis para qualquer localidade. Nos grandes centros urbanos, a meta é realizar entregas em apenas um dia útil. Inicialmente, o lançamento do Mais Correios faz parte de um conjunto de ações para enfrentar o prejuízo de 1,72 bilhão de reais registrado pela estatal no primeiro trimestre. O desafio é promover uma transição de imagem e posicionar a marca como uma opção de compra viável em um mercado dominado por gigantes como Mercado Livre, Amazon e plataformas chinesas.
Insulina na Barbie
A Mattel lançou, nos Estados Unidos, uma nova versão de sua boneca mais famosa: a Barbie com diabetes tipo 1. Ela usa um vestido azul com bolinhas brancas, traz no braço um monitor contínuo de glicemia e, na cintura, um dispositivo de aplicação também contínua de insulina. A cor azul está associada à conscientização sobre a doença. Os monitores, claro, são cor-de-rosa.
Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Diabetes, o tipo 1 afeta cerca de 600 mil brasileiros, especialmente crianças e adolescentes. Nessa fase da vida, é fundamental conscientizar sobre a condição crônica e promover a inclusão, para que os portadores não se sintam marginalizados ou excluídos.
Essa não é a primeira iniciativa inclusiva da Mattel. Em 2019, foi lançada uma Barbie em cadeira de rodas. A linha Fashionistas inclui modelos com síndrome de Down, aparelhos auditivos e alopecia, entre outros.
Da loja à casa
A Leroy Merlin, rede varejista de materiais de construção, testou durante anos um modelo complementar que agora passou a ser um dos focos principais da empresa. A ideia é acompanhar o cliente durante toda a jornada, da compra à instalação, chegando até as reformas.
Segundo a varejista, em cinco anos foram realizadas mais de 1 milhão de instalações de produtos em residências e estabelecimentos comerciais. A experiência serviu para validar o conceito e ampliar a oferta de serviços. Só em 2024, foram cerca de 400 mil operações, incluindo reformas e instalações. Os serviços representam em torno de 7% do faturamento da Leroy Merlin.
A estratégia traz outro benefício. Ao prolongar a relação com o cliente, a Leroy Merlin fortalece a experiência pós-venda e mantém o vínculo com a marca. O desafio é garantir uma experiência sempre positiva.
IPI verde
O governo anunciou descontos no IPI para incentivar a produção e venda de veículos mais populares e sustentáveis. A medida impacta diretamente os volumes de vendas dos carros de entrada, que, por terem motores menos potentes e flex, são também menos poluentes.
Considerados os dados de 2024, cerca de 60% dos veículos vendidos seriam beneficiados. A medida integra o programa Mover – Mobilidade Verde e Inovação. O chamado “IPI verde” promove uma redução de preços para o consumidor, o que já levou montadoras e empresas de autopeças a divulgarem investimentos de, aproximadamente, 190 bilhões de reais.
Para o consumidor, o efeito é imediato. A Renault anunciou reduções entre 9,5 mil e 11,5 mil reais nos modelos populares. A Volkswagen também apresentou descontos em linha com os da Renault, mas optou por lançar uma campanha promocional mais agressiva, dobrando o valor do desconto em alguns modelos, que pode chegar a até 20 mil reais de abatimento. Outras montadoras como a Hyundai e a Stellantis seguiram o mesmo caminho.
A redução no IPI acontece em um momento de preocupação com as altas taxas de juro e o impacto nos financiamentos de veículos novos. A expectativa é de que, com essa política, o setor consiga recuperar o ritmo e crescer no segundo semestre. •
Publicado na edição n° 1371 de CartaCapital, em 23 de julho de 2025.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Mais Correios’
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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