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França anuncia plano de ajuste fiscal para financiar gastos militares

Para convencer parlamentares, premiê apresentou um panorama sombrio, com aumento da violência no mundo

França anuncia plano de ajuste fiscal para financiar gastos militares
França anuncia plano de ajuste fiscal para financiar gastos militares
François Bayrou assumiu o cargo de primeiro-ministro da França. Foto: Dimitar Dilkoff/AFP
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O primeiro-ministro da França, François Bayrou, propôs nesta terça-feira 15 um plano de ajuste fiscal de 43,8 bilhões de euros (284 bilhões de reais, na cotação atual) em 2026 para reduzir seu déficit público e financiar o aumento nos gastos militares.

“Esta é a nossa hora da verdade”, disse Bayrou, em referência aos cofres públicos que registraram um déficit de 5,8% do PIB em 2024 e uma dívida pública de quase 114% em março, acima dos limites europeus.

Mas a tarefa parece ser difícil. O chefe de governo não tem maioria parlamentar e a oposição já ameaçou abandoná-lo durante a aprovação do Orçamento de 2026, como ocorreu com seu antecessor Michel Barnier em dezembro.

Para convencer os relutantes, ele apresentou um panorama sombrio para a França com o aumento da “violência” no mundo, com guerras e tensões comerciais. Neste contexto, a dívida “é um perigo mortal para um país”, afirmou.

“A cada segundo, a dívida da França aumenta em 5.000 euros”, disse Bayrou em uma coletiva de imprensa, lamentando que o país tenha “se tornado viciado em gastos públicos”.

Seu objetivo é ficar abaixo do limite europeu de 3% de déficit até 2029.

Entre as medidas anunciadas estão a redução do número de funcionários públicos, o congelamento das aposentadorias em 2026, uma “contribuição de solidariedade” para os mais ricos e a abolição de dois feriados.

“Todos deverão participar no esforço diante da magnitude do desafio. É ilusório pensar que uma categoria ou outra possa arcar com o ônus sozinha”, enfatizou o chefe de governo de 74 anos.

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