Mundo
Rússia lança ataque com mais de 620 drones contra Ucrânia e deixa 6 mortos
A Força Aérea ucraniana afirmou ter derrubado mais da metade desses artefatos, 25 mísseis e 319 drones


A Rússia lançou mais de 620 drones e mísseis contra a Ucrânia neste sábado 12, onde intensificou sua ofensiva nas últimas semanas, e deixou ao menos seis mortos e vários feridos longe da linha de frente, segundo as autoridades locais.
Toda semana, Moscou bate recordes no número de drones disparados contra a Ucrânia. “Vinte e seis mísseis de cruzeiro e 597 drones de ataque foram lançados, dos quais mais da metade eram drones ‘Shahed’ de fabricação iraniana”, disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
A Força Aérea ucraniana afirmou ter derrubado mais da metade desses artefatos, 25 mísseis e 319 drones.
Um míssil e cerca de vinte drones atingiram “cinco locais”, informou a Força Aérea, sem fornecer mais detalhes.
No geral, o oeste da Ucrânia não costuma ser alvo de ataques russos, em comparação com as áreas leste e sul, onde os combates se concentram. Mas os bombardeios deste sábado deixaram pelo menos dois mortos e vinte feridos na cidade ocidental de Chernivtsi, segundo o presidente ucraniano.
Outras doze pessoas, incluindo um menino de 11 anos, ficaram feridas em Lviv, também no oeste, segundo a administração regional.
As autoridades da cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, relataram três feridos; e as da região de Dnipropetrovsk, no centro do país, relataram duas mortes.
A Rússia também “lançou duas bombas aéreas guiadas contra casas de civis” na região nordeste de Sumy, e causou duas mortes, segundo a Promotoria local.
O Ministério da Defesa russo afirmou ter realizado um “ataque agrupado” contra “empresas do complexo militar-industrial ucraniano” em Lviv, Kharkiv e Lutsk, e contra um aeródromo militar.
“Todos os alvos designados foram destruídos”, afirmou o ministério em um comunicado.
Na região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, um drone atingiu um centro esportivo “onde havia aulas” no momento do ataque, disse o governador regional, Vyacheslav Gladkov, acrescentando que não houve vítimas.
Ele também disse que um homem morreu após outro ataque atingir uma casa na cidade de Shebekino.
‘Mais do que sinais’
Neste sábado, Zelensky pediu a seus aliados que enviassem “mais do que sinais” para conter a Rússia, insistindo que “o ritmo dos bombardeios russos exige decisões rápidas e pode ser contido agora por meio de sanções”.
O presidente pediu punição para aqueles “que ajudam a Rússia a produzir drones e lucrar com o petróleo”, cujas exportações são cruciais para sua economia.
A União Europeia proibiu a importação de petróleo russo, mas continua comprando gás de Moscou.
Zelensky também instou seus aliados a reforçarem sua defesa aérea.
A Rússia realizou os bombardeios deste sábado depois que os Estados Unidos reafirmaram seu apoio à Ucrânia. Na quinta-feira, Zelensky confirmou que o presidente Donald Trump havia lhe comunicado “datas específicas” para a entrega de novas armas.
O presidente americano mencionou que poderia fazer “uma declaração importante sobre a Rússia” na segunda-feira, após se declarar “decepcionado” com seu homólogo russo, Vladimir Putin, com quem mantém contato desde seu retorno à Casa Branca em janeiro.
A Ucrânia e vários políticos americanos, também do lado de Trump, exigem que o presidente imponha novas sanções contra a Rússia, algo que ele rejeita, alegando querer dar uma chance aos canais diplomáticos.
As negociações para encerrar o conflito estão estagnadas: o Kremlin rejeita a ideia de um cessar-fogo, exige que a Ucrânia entregue quatro regiões parcialmente ocupadas e desista de aderir à Otan — condições inaceitáveis para Kiev.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.