Política
Após ameaça de multa, Zambelli promete devolver imóvel funcional em 10 dias
Pelo regimento, caso o apartamento não seja devolvido em até 10 dias após o vencimento, incide uma multa de 4.253 reais por mês


Foragida na Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) prometeu nesta quinta-feira 10 desocupar o imóvel funcional em Brasília em até 10 dias. O prazo de 30 dias para a liberação do aparamento terminou na última sexta-feira 4.
Pelo regimento, caso o apartamento não seja devolvido em até 10 dias após o vencimento, incide uma multa de 4.253 reais por mês. A bolsonarista estava tentando, via seus advogados, manter o imóvel e só queria desocupar o local quando deixasse efetivamente de exercer suas funções parlamentares.
Entretanto, com a ameaça de multa, a assessoria jurídica da parlamentar firmou acordo para a devolução no prazo máximo de 10 dias. A 4ª Secretaria, ocupada pelo deputado Sergio Souza (MDB-PR), é o órgão responsável pela administração dos apartamentos funcionais da Câmara.
No dia 5 de junho, foi publicada no Diário da Câmara dos Deputados a licença de 127 dias solicitada pela deputada, a partir de 29 de maio. O prazo engloba licença para tratamento de saúde (7 dias) e outros 120 dias por interesse particular.
Fuga para a Europa
A parlamentar, uma das mais ferrenhas defensoras da família Bolsonaro, foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ela teria participado de uma invasão a sistemas da Justiça com o auxílio do hacker Walter Delgatti, que também foi condenado no caso.
Antes que a sentença pudesse ser cumprida, porém, a deputada da extrema-direita pediu licença do mandato e fugiu para a Itália, onde tem cidadania. Seu nome foi adicionado à difusão vermelha da Interpol e ela é considerada uma foragida internacional.
Há em curso um processo de busca pela brasileira no país europeu e um pedido de extradição em aberto. A conclusão de todo esse processo, porém, pode demorar meses, conforme alertou recentemente o embaixador do Brasil na Itália Renato Mosca.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.