Intervozes
Conselho de Comunicação sai da “geladeira” em Alagoas
O Conselho foi criado no ano de 2006. O espaço, apesar de estabelecido de maneira precária, foi o primeiro a ser criado, no Brasil, em nível estadual para se debater políticas de comunicação.
*Por Marcos Moreira
Após seis anos de espera, o Conselho Estadual de Comunicação de Alagoas teve sua nova composição divulgada no Diário Oficial pelo governo do estado. A medida é fruto da articulação dos movimentos sociais que pautam o tema no estado, organizados, sobretudo, pelo comitê regional do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação).
O Conselho foi criado no ano de 2006, através de decreto do então governador Ronaldo Lessa. O espaço, apesar de estabelecido de maneira precária (por meio de decreto e consultivo, não levando em conta a constituição do estado que determina sua aprovação pela Assembleia Legislativa e com poderes de deliberação), foi o primeiro a ser criado, no Brasil, em nível estadual para se debater políticas de comunicação.
O conselho representa dois passos importantes para Alagoas. O primeiro em direção à democracia. Uma população pouco acostumada a intervir nos rumos do estado, onde a dependência econômica da cultura da canavieira entrelaça passado e presente, os mecanismos de participação surgem como ferramentas estratégicas para cobrar ações.
O segundo passo caminha para a pluralização de ideias sobre as políticas de comunicação. Com as concessões de emissoras de rádio e TV sob administração de líderes políticos, o proselitismo institucionalizado dificulta a transmissão de opiniões fora do circuito deliberado por esses administradores.
A nova composição do conselho foi decretada pelo governador Teotônio Vilela Filho mas ainda não foi convocada a posse. Espera-se que o espaço volte a atuar o quanto antes, pois já se passaram seis anos e a pauta nunca foi tratada com prioridade pelo governo. A população do estado não pode mais ficar no aguardo desta discussão, afinal, Alagoas tem pressa.
*Marcos Moreira é integrante do Intervozes.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.