Política

Após anúncio de tarifa de Trump, Tarcísio tenta culpar Lula e limpar a barra de Bolsonaro e é ironizado

Parlamentares de esquerda lembraram que o governador de São Paulo posou com boné em referência ao presidente dos EUA

Após anúncio de tarifa de Trump, Tarcísio tenta culpar Lula e limpar a barra de Bolsonaro e é ironizado
Após anúncio de tarifa de Trump, Tarcísio tenta culpar Lula e limpar a barra de Bolsonaro e é ironizado
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi às redes sociais para comentar o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas de 50% para importação de produtos brasileiros. Apesar da citação expressa a Jair Bolsonaro (PL) no texto divulgado por Trump, o governador paulista quis limpar a barra do ex-presidente – e foi questionado com ironia.

Em postagem na rede social X (antigo Twitter), Tarcísio tentou atribuir a Lula a responsabilidade pela decisão do presidente dos EUA. “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”, escreveu o governador, cotado para concorrer à presidência da República em 2026.

“Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, complementou o governador, cotado para concorrer ao Planalto em 2026.

A postagem não ficou sem respostas. Diversas pessoas, incluindo parlamentares de partidos de esquerda, como as deputadas federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ), além do deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL-SP) postaram imagens de Tarcísio com um boné com o slogan de Trump: “Make America Great Again” (“Fazer os EUA grande novamente”).

“Quem botou bonezinho na cabeça pra dar palanque pro trumpismo foi você e sua trupe da extrema-direita”, escreveu Talíria.

“Não adianta fazer tweetzinho pra tentar aliviar a culpa, Tarcísio. Todo o Brasil vai lembrar de você com o bonezinho do Trump. Agora seu estado vai ser um dos mais afetados pelas tarifas e você não tem a dignidade de repudiar esse absurdo”, complementou Cortez.

Outras reações

Além de Tarcísio, outros governadores que tentam aproveitar o vácuo da inelegibilidade de Bolsonaro para representar a extrema-direita na disputa pela presidência em 2026 também trataram de criticar Lula após a decisão de Trump.

Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, afirmou que “as empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF”. O mineiro ignorou que foi Trump quem deu o primeiro passo na briga em andamento, e afirmou que “ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil”.

Para Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, Lula “segue à risca o que Hugo Chávez fez na Venezuela, ao afrontar gratuitamente o governo americano” – sem explicar como a resposta do presidente brasileiro às tarifas dos EUA pode ser considerada ‘gratuita’.

“Com as medidas tomadas pelo governo americano, Lula e sua entourage tentam vender a tese da invasão da soberania do Brasil. Mas Lula não representa o sentimento patriótico do nosso povo, e muito menos tem credenciais para defender a soberania brasileira”, escreveu Caiado, que propôs uma criação de parlamentares para “abrir diálogo” com os EUA.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo