Política
Eduardo Bolsonaro apoia tarifas de Trump e defende anistia como solução
O filho do ex-presidente justificou ainda que sua atuação nos Estados Unidos ‘buscou evitar o pior’


O deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apoiou a iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% a produtos brasileiros. Segundo o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), esse cenário só será revertido com uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.
“Cabe ao Congresso liderar esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garanta a liberdade de expressão — especialmente online”, disse em uma carta assinada com Paulo Figueiredo, neto do ditador João Baptista Figueiredo.
Alvo de STF por suas ações contra autoridades brasileiras, o filho do ex-presidente justificou que sua atuação nos Estados Unidos “buscou evitar o pior, priorizando que sanções fossem aplicadas de forma individualizada” a Moraes. Eduardo, que se licenciou do mandato em março, atualmente mora nos EUA e se autodenomina como “exilado”.
O parlamentar ainda pediu que as autoridades evitem escalar o conflito. Atualmente, o Brasil é alvo de uma tarifa de 10% sobre seus produtos importados pelos Estados Unidos, aplicada por Trump em 2 de abril. Esse valor deve aumentar para 50% em 1º de agosto, segundo o líder republicano.
Mais cedo, o presidente Lula (PT) citou a recém-aprovada lei de reciprocidade econômica ao reagir ao anúncio do presidente Trump. “Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da lei brasileira de reciprocidade econômica”, disse.
O presidente ainda reforçou que é falsa que a alegação de que as taxas seriam necessárias graças a um déficit norte-americano. “As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”, anotou Lula.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Tarifa de Trump não tem precedentes e exige reação do Brasil no mesmo nível, diz Ricupero
Por Leonardo Miazzo
Descontrolado, Trump torna os EUA adversários do Brasil, diz ex-embaixador em Washington
Por Leonardo Miazzo