Do Micro Ao Macro
3 mitos sobre crédito que ainda impedem brasileiros de acessar soluções financeiras melhores
Desinformação sobre nome sujo, cartão de crédito e segurança dos bancos limita o uso consciente de produtos financeiros no país


Apesar do avanço das fintechs e da digitalização do sistema financeiro, o crédito no Brasil segue cercado de desinformação. A taxa média do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas chegou a 445% ao ano em março de 2025, segundo o Banco Central. O número reforça uma visão negativa e generalizada sobre o crédito, que nem sempre condiz com a realidade do setor.
Segundo Rafa Cavalcanti, CEO da CloQ, há um obstáculo cultural. Para a executiva, muitos brasileiros ainda associam o crédito automaticamente ao endividamento. No entanto, o crédito bem utilizado pode ajudar a organizar as finanças, lidar com emergências e realizar projetos.
Nome sujo não impede acesso ao crédito
Um dos principais mitos é acreditar que só pessoas com nome limpo conseguem crédito. Embora um bom histórico facilite a aprovação e melhore as condições, fintechs e empresas especializadas têm criado soluções com critérios mais flexíveis.
Essas alternativas oferecem crédito mesmo para quem está com restrições no CPF. Com isso, é possível trocar dívidas mais caras por linhas com juros menores, regularizar pendências e iniciar a reconstrução do histórico financeiro.
Cartão não é sempre vilão
Outro equívoco comum é considerar o pagamento à vista como sempre melhor do que no cartão de crédito. Com planejamento, o cartão pode oferecer vantagens como programas de pontos, cashback e até controle de gastos por meio do extrato.
O problema aparece no uso do crédito rotativo, que tem juros elevados, e no parcelamento sem organização. Para evitar isso, é necessário manter o controle dos vencimentos e dos valores comprometidos com o orçamento mensal.
Fintechs também oferecem crédito seguro
A crença de que só grandes bancos são confiáveis para empréstimos limita o acesso a alternativas mais vantajosas. Atualmente, diversas fintechs oferecem crédito seguro, com taxas mais competitivas e processos mais simples.
Essas plataformas priorizam a experiência do usuário e atuam com mais transparência, o que facilita a comparação de opções. Para encontrar boas oportunidades, é importante pesquisar e conhecer diferentes instituições além dos bancos tradicionais.
Informação é caminho para decisões conscientes
De acordo com Rafa Cavalcanti, entender o funcionamento do crédito é um passo importante para ampliar a inclusão financeira no país. “Quando a população entende como o sistema funciona, consegue tomar decisões mais conscientes, evitar armadilhas e, principalmente, acessar oportunidades que antes pareciam inalcançáveis”, afirma.
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