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ONU: Mais de 600 palestinos morreram enquanto buscavam ajuda humanitária em Gaza

O levantamento abrange o período entre 27 de maio e 27 de junho. Incidentes posteriores ainda aguardam contabilização

ONU: Mais de 600 palestinos morreram enquanto buscavam ajuda humanitária em Gaza
ONU: Mais de 600 palestinos morreram enquanto buscavam ajuda humanitária em Gaza
Palestinos disputam pequenas porções de comida em Gaza, devastada pela guerra e pelo bloqueio israelense. Foto: Omar AL-QATTAA / AFP
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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) informou, por meio de um relatório divulgado nesta sexta-feira 4, que mais de 600 palestinos morreram nas proximidades de comboios de ajuda humanitária e centros de distribuição devido a ataques israelenses.

A porta-voz da entidade, Ravina Shamdasani, reconheceu as limitações para determinar com precisão a autoria do que considera homicídios em meio ao conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. 

Apesar das dificuldades, Shamdasani indicou que a maior parte das 613 mortes documentadas pode ser atribuída às Forças Armadas israelenses.

Do total de vítimas, 509 teriam morrido nas proximidades dos centros de distribuição da GHF, conforme dados compilados pelo ACNUDH. A organização fundamenta suas estatísticas em fontes como registros hospitalares, cartórios, testemunhos familiares, autoridades sanitárias palestinas e organizações não governamentais parceiras em campo.

O levantamento abrange o período entre 27 de maio e 27 de junho, sendo que incidentes posteriores ainda aguardam contabilização. As informações resultam de um relatório interno elaborado pelo gabinete do Alto Comissariado.

Shamdasani ressaltou que os números, apesar de passarem pelos processos de verificação da organização, possivelmente não retratam a totalidade da situação. A falta de acesso das equipes da ONU às áreas afetadas representa um obstáculo significativo para uma compreensão completa da dimensão dos eventos.

A COGAT, agência israelense responsável pela coordenação de ajuda militar, ainda não se manifestou sobre os dados divulgados.

Ainda segundo o documento, o cessar-fogo que vigorou na região entre janeiro e março chegou a levar “um alívio temporário”, mas os novos ataques de Israel reverteram o quadro. A grande maioria da população de Gaza (93%, segundo o informe)  vive em níveis de insegurança alimentar aguda. 

Novos ataques

Enquanto isso, a violência segue na região. Na madrugada desta sexta-feira 4, 15 palestinos foram executados em um ataque aéreo israelense contra a Faixa de Gaza, segundo informações fornecidas por autoridades de saúde locais.

Os bombardeios atingiram um acampamento nos arredores de Khan Younis, no sul de Gaza, às 2h da manhã (horário local). As 15 vítimas eram pessoas desalojadas, de acordo com informações das autoridades de saúde do Hospital Nasser.

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