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Entenda os principais dispositivos da polêmica lei orçamentária de Trump

O magnata promulgará a lei nesta sexta-feira 4, aproveitando o Dia da Independência dos Estados Unidos

Entenda os principais dispositivos da polêmica lei orçamentária de Trump
Entenda os principais dispositivos da polêmica lei orçamentária de Trump
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Foto: NICOLAS TUCAT / AFP
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A “Lei Grande e Bela” promovida pelo presidente Donald Trump para consolidar a agenda de seu segundo mandato, aprovada nesta quinta-feira 3 pelo Congresso dos Estados Unidos, inclui dotações orçamentárias para sua política migratória, isenções fiscais e cortes na cobertura médica.

O projeto foi aprovado pela Câmara dos Representantes por 218 votos contra 214, após o Senado ter dado luz verde na terça-feira graças ao voto de desempate do vice-presidente, J.D. Vance.

Trump promulgará a lei nesta sexta-feira 4, aproveitando o Dia da Independência dos Estados Unidos.

Veja algumas das disposições-chave do texto de 869 páginas:

Impostos

– Os cortes no imposto de renda aprovados durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021) tornam-se permanentes.

– São oferecidas novas deduções fiscais para gorjetas e pagamento de horas extras, uma das grandes promessas de campanha de Trump, mas apenas até 2028.

– Permite que as empresas deduzam os investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

– Quadruplica temporariamente a dedução feita pelo governo federal em alguns impostos estaduais e locais.

Medidas contra a imigração

– 46,5 bilhões de dólares (252 bilhões de reais, na cotação atual) para infraestrutura das fronteiras, para continuar com a construção de um muro separando Estados Unidos e México, entre outros.

– 45 bilhões de dólares (243,9 bilhões de reais) para construir um centro de detenção de imigrantes com 100 mil camas.

– Mais fundos para contratar 10 mil agentes para o Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE).

– O Pentágono receberá 25 bilhões de dólares (135,5 bilhões de reais) para desenvolver uma nova política de imigração.

Cortes em energia limpa

– Elimina os créditos fiscais para energias limpas previstos na Lei de Redução da Inflação, promovida por seu antecessor, o democrata Joe Biden.

– Extingue os subsídios federais para projetos de energia eólica e solar se não entrarem em operação antes de 2028 ou se sua construção começar mais de um ano após a promulgação da lei.

– Encerra o benefício fiscal de 7.500 dólares (40.650 reais) pela compra de veículos elétricos.

– Mantêm os créditos para a energia nuclear, a geotérmica e a captura de carbono.

– O carvão utilizado na produção de aço se beneficia de uma isenção fiscal.

Limite de endividamento

– Aumenta em 5 trilhões de dólares (27,1 trilhões de reais) o limite de endividamento do país, um dos pontos que mais causou conflitos com os defensores da ortodoxia fiscal dentro de seu partido.

Saúde e assistência social

– Restringe o acesso à saúde e à assistência social, particularmente ao programa de seguro médico Medicaid e ao de assistência alimentar Snap.

– Exige que pessoas sem deficiência, menores de 65 anos e sem filhos pequenos, trabalhem pelo menos 80 horas por mês para ter direito ao Medicaid ou Snap.

Saúde feminina

– Bloqueia por um ano o financiamento federal ao Planned Parenthood, organização de planejamento familiar acusada por setores conservadores de ajudar mulheres a abortar.

Outras disposições

– Cria as “Contas Trump”, depósitos bancários onde o Estado coloca 1.000 dólares (5.420 reais) para cada recém-nascido.

– 25 bilhões de dólares (135,5 bilhões de reais) para a “Cúpula Dourada”, o projeto de defesa antimísseis do presidente.

– Os programas espaciais recebem 10 bilhões de dólares (54,2 bilhões de reais), sobretudo para o projeto de chegar a Marte, e 325 milhões (1,7 bilhão de reais) para retirar de órbita a Estação Espacial Internacional (ISS).

– Cria um novo imposto para universidades com maior capital.

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