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O que disse Wajngarten à PF sobre interferência na delação de Cid
O ex-secretário de Bolsonaro alegou que contatos com a família do militar foram por solidariedade


O ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro (PL) Fabio Wajngarten negou à Polícia Federal qualquer tentativa de interferência na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Em depoimento prestado na terça-feira 1º, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, Wajngarten afirmou que os contatos que manteve com familiares de Cid foram em “caráter de solidariedade”.
O ex-assessor confirmou ter trocado mensagens e realizado ligações para Gabriela Cid, esposa do militar, e para uma das filhas adolescentes do casal, Beatriz. “Atuei como amigo das más horas”, afirmou.
Ele disse ainda ter procurado a família em um momento de fragilidade emocional, após a prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e negou qualquer motivação relacionada ao processo de delação premiada.
Wajngarten também foi questionado sobre a possibilidade de ter tentado influenciar a troca da defesa técnica de Mauro Cid. “Não me recordo se tratei desse assunto, mas acredito que não”, respondeu. Ele acrescentou que “jamais tratou de impedir o acordo de colaboração com a Polícia Federal”.
O ex-secretário relatou ainda que o último contato direto com Mauro Cid ocorreu em agosto de 2023, pouco antes da homologação da delação. Desde então, segundo ele, não teve novos encontros com o militar nem com a família dele.
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