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Membros de revista turca acusada de publicar caricatura de Maomé são presos

O presidente Recep Tayyip Erdogan chamou o fato de ‘provocação vil’ e o declarou um ‘crime de ódio’

Membros de revista turca acusada de publicar caricatura de Maomé são presos
Membros de revista turca acusada de publicar caricatura de Maomé são presos
Manifestantes protestam contra a revista 'LeMan' em Istambul, na Turquia, em 30 de junho de 2025. Foto: Ozan Kose/AFP
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Os quatro membros e chefes da revista satírica turca LeMan, acusada de publicar uma caricatura do profeta Maomé, foram detidos, apesar de terem negado a acusação. O anúncio partiu do ministro da Justiça, nesta quarta-feira 2.

O diretor de controle de gestão, Ali Yavuz, o designer gráfico Cebrail Okçu, o autor do desenho, Dogan Pehlevan, e o editor-chefe, Zafer Aknar, foram detidos na segunda-feira.

“Quatro suspeitos, detidos em relação à investigação iniciada pela promotoria de Istambul sobre o desenho desrespeitoso do profeta Maomé, foram levados sob custódia”, anunciou no X o ministro Yilmaz Tunç.

Segundo o portal de notícias T24, que relatou sua declaração à polícia, o cartunista do LeMan Dogan Pehlevan disse que queria “falar sobre paz nesse desenho”.

“Eu desenho na Turquia há anos. A primeira regra que aprendemos é não falar sobre assuntos religiosos ou tirar sarro da religião”, disse ele.

O desenho mostra dois personagens apertando as mãos no céu sobre uma cidade bombardeada, um chamado Maomé e o outro Moisés.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chamou o fato de “provocação vil” e o declarou um “crime de ódio”.

Contatado pela AFP, o editor-chefe do LeMan, Tuncay Akgun, disse que o desenho em questão “não tem nada a ver com o profeta Maomé”. “Nunca correríamos esse risco”.

“O personagem é um muçulmano morto em Gaza (…) Ele foi chamado de Maomé (assim como) mais de 200 milhões de pessoas no mundo muçulmano”, defendeu.

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