Economia

‘BBBs’: A aposta do governo Lula no embate contra os ricos como marca eleitoral

Pressionado por derrotas no Congresso e de olho na reeleição, o presidente foca na justiça tributária e na polarização entre os muito ricos e a maioria

‘BBBs’: A aposta do governo Lula no embate contra os ricos como marca eleitoral
‘BBBs’: A aposta do governo Lula no embate contra os ricos como marca eleitoral
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, o presidente Lula e a primeira-dama Janja. Foto: Ricardo Stuckert/PR
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Com problemas de articulação no Congresso e o afastamento do Centrão, o governo Lula (PT) decidiu abraçar a campanha que promove um embate entre ricos e pobres. O foco é em destacar a taxação dos “BBBs” – bilionários, bancos e bets –, que historicamente pagam menos impostos se comparados ao cidadão comum.

O mote, que já marca presença nos perfis virtuais do PT, deve começar a aparecer em peças institucionais do governo. A medida também coincide com uma mudança estratégica: o Palácio do Planalto abandonará o slogan “União e Reconstrução”, adotado no início do mandato, e passará a testar um novo mote, centrado em “justiça social”.

Durante o evento da Independência da Bahia, nesta quarta-feira 2, Lula foi fotografado segurando uma placa com os dizeres ‘taxação dos super ricos’. A mudança de tom reflete não apenas um ajuste na comunicação, mas uma tentativa de consolidar uma marca para o terceiro mandato de Lula e estabelecer um discurso mais sedutor para 2026. 

Diante do desgaste na relação com o Legislativo, o governo agora aposta na popularidade das medidas e na polarização entre os muito ricos e a maioria da população como caminho para reverter sua baixa aprovação.

Em nota, o líder do PT na Câmara, Lindberg Farias (RJ), já havia antecipado a ideia. “A nossa bancada apoia integralmente outras medidas, nessa mesma linha, anunciadas pelo governo no âmbito da MP 1303/25, como a taxação BBB; o fim da isenção total para LCIs, LCAs e outros títulos incentivados; tributação mais justa de Juros sobre Capital Próprio e das Fintechs; a compensação de créditos tributários de forma equilibrada.”

Essa guinada, além de ser uma resposta política à crise com o Congresso, está ancorada em dados concretos de opinião. Um levantamento recente da Ipsos mostra que 69% dos brasileiros apoiam uma taxação maior sobre as fortunas dos super-ricos. A mesma proporção também defende que grandes empresas devem pagar mais impostos.

Outra pesquisa, encomendada por Oxfam e Greenpeace, mostra que 9 em cada 10 brasileiros endossam a taxação dos super-ricos para financiar saúde, educação e políticas climáticas.

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