Política
Wajngarten nega interferência e diz que estuda acionar Cid por denúncia caluniosa
Segundo a defesa do ex-ajudante de ordens, o advogado pressionado a mãe, a esposa e a filha de Cid em busca de detalhes sobre o conteúdo de sua delação


O ex-advogado de Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, negou em depoimento dado à Polícia Federal nesta terça-feira 1º as acusações da defesa do ex-ajudante de ordens Mauro Cid de que ele teria abordado a família do tenente-coronel na tentativa de fazê-lo trocar de advogados.
Wajngarten ainda afirmou que estuda entrar com uma ação contra Cid por suposta denunciação caluniosa. Ele justificou que o contato com a filha do ex-ajudante de ordens aconteceu apenas em agosto de 2023 para tratar de um campeonato de hipismo no Jockey de São Paulo.
Segundo a defesa de Cid, Wajngarten e Paulo Cunha Bueno, atual defensor do ex-presidente – que também prestou depoimento na PF –, teriam pressionado a mãe, a esposa e a filha de Cid em busca de detalhes sobre o conteúdo de sua delação.
Também teriam tentado influenciar os familiares para que ele destituísse sua defesa já constituída. Para o ministro Alexandre de Moraes, as condutas narradas indicam a suposta prática do crime de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa
“A minha última frase é que eu tomarei as medidas cabíveis. Vou estudar as medidas cabíveis para ingressar com uma ação de denúncia caluniosa a quem quer que seja e eu vou estudar essas possibilidades”, disse Wajngarten ao sair da Superintendência da PF em São Paulo.
Além de Bueno e Wajngarten, também prestaram depoimento no inquérito que apura uma possível tentativa de obstrução Eduardo Kuntz, que atua como advogado do coronel Marcelo Câmara, e o próprio Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro.
“Eu repudio de forma veemente a acusação de tentativa de tumultuar, de desorganizar, de atrapalhar, de embaraçar a investigação. Repudio e afirmo que estou estudando a possibilidade de ingressar com ações e denúncias. Eu não sei quem [vou denunciar], mas quem quer que seja”, declarou Wajngarten.
(Com informações da Agência Brasil).
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