Política

Crise entre Alcolumbre e Lula trava indicações e adia sabatinas no Senado

O presidente do Senado estica a corda para que aliados sejam escolhidos para cargos na Aneel, na ANM e na ANP

Crise entre Alcolumbre e Lula trava indicações e adia sabatinas no Senado
Crise entre Alcolumbre e Lula trava indicações e adia sabatinas no Senado
O presidente Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal
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Antes aliados, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente Lula (PT) entraram em rota de colisão por conta da disputa por cargos em agências reguladoras. O impasse levou ao adiamento das sabatinas de indicados do governo para, pelo menos, até agosto. A crise também envolve diretamente o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que se tornou alvo preferencial do parlamentar.

Desde que assumiu novamente o comando do Senado, o amapaense tem exercido forte controle sobre o calendário das sabatinas para cargos em agências como a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a ANP (Agência Nacional do Petróleo) e a ANM (Agência Nacional de Mineração). Os postos estão vagos há meses e operam hoje com diretorias interinas.

Por trás da demora está uma disputa por influência nas indicações. Alcolumbre pressiona para emplacar seus aliados nas agências, enquanto o ministro Alexandre Silveira tenta manter os nomes que articulou no ano passado, com o aval do Planalto e de outros senadores.

Interlocutores do presidente do Senado revelam que Alcolumbre chegou a solicitar a demissão de Alexandre Silveira, acusando o ministro de não cumprir acordos. Lula, porém, optou por manter o ministro no cargo, por considerá-lo de sua confiança pessoal. A decisão irritou Alcolumbre, que passou a adiar sistematicamente a tramitação das indicações.

O Palácio do Planalto tentou contornar a crise oferecendo cargos em outras áreas, como na diretoria do Banco do Brasil, mas o senador considera insuficiente. Para ele, os espaços nas agências reguladoras, especialmente naquelas com atuação direta na região Norte e no setor de petróleo, são estratégicos para sua base política.

O cenário se agravou nas últimas semanas com o aumento da tensão entre Executivo e Congresso, especialmente após a derrubada do decreto presidencial sobre o IOF. A expectativa de senadores é que nenhuma sabatina relevante ocorra antes do recesso parlamentar, previsto para começar em 18 de julho. Os parlamentares retomam os trabalhos no dia 1º de agosto.

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