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Hugo Motta vai às redes criticar governo federal e nega ‘traição’ em votação sobre o IOF na Câmara

O presidente da Câmara afirma que o Congresso não age contra o povo e acusa Planalto de estimular ‘divisão social’

Hugo Motta vai às redes criticar governo federal e nega ‘traição’ em votação sobre o IOF na Câmara
Hugo Motta vai às redes criticar governo federal e nega ‘traição’ em votação sobre o IOF na Câmara
Brasília (DF), 05/02/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, durante entrevista coletiva na Câmara dos Deputados. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou nesta segunda-feira 30 um vídeo nas redes sociais em que rebate as críticas do governo federal após a derrubada do decreto que aumentava a alíquota do IOF. O parlamentar negou ter quebrado acordo com o Planalto no episódio e alega ter alertado a equipe de Lula (PT) de que a medida enfrentaria forte resistência no Congresso.

“O capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada”, disse.

A resposta ocorre após integrantes do governo Lula (PT) afirmarem, nos últimos dias, que o Congresso teria atuado em favor dos mais ricos ao barrar o aumento do imposto. A votação ocorreu na última quarta-feira 25, com ampla maioria na Câmara. No Senado, a decisão foi confirmada em votação simbólica, sem contagem nominal.

Motta rejeitou as acusações de ter “traído” o governo federal e criticou a tentativa, segundo ele, de criar um clima de conflito entre os Poderes e entre classes sociais. “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, afirmou. Para o deputado, o discurso de que o Legislativo trabalha contra o povo é “falso e perigoso”.

O presidente da Câmara ainda aproveitou o vídeo para destacar outras decisões tomadas pelo parlamento no mesmo dia em que o aumento do IOF foi rejeitado. “O Congresso está comprometido com o país. Quando uma ideia for ruim, eu vou morder. Mas se ela for boa, vou assoprar para que se espalhe pelo Brasil. Ser de centro não é ter ausência de posição, é ter ausência de preconceito”, disse.

Conforme demonstrou CartaCapital, o que o vídeo não expõe é que partiu dele, Motta, a decisão de pautar a toque de caixa o projeto de decreto legislativo. O presidente da Câmara não tinha obrigação de levar o PDL a voto naquele momento: ao contrário de uma medida provisória, que precisa do aval do Parlamento para não caducar, um decreto não carece de validação.

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