Política
No banco dos réus, Bolsonaro pede a Lula que apoie anistia a golpistas
O ex-capitão responde por cinco crimes na ação penal da tentativa de golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo 29, em ato na Avenida Paulista, em São Paulo, que a anistia a golpistas do 8 de Janeiro de 2023 seria “o caminho da pacificação”. Ele pediu que o governo federal e o Poder Judiciário apoiem a proposta.
A manifestação, com cartazes contra o ministro Alexandre de Moraes, também tem bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. Ela acontece 19 dias depois de Bolsonaro chamar de “malucos” seus apoiadores que montaram acampamentos golpistas em frente a unidades do Exército após a vitória de Lula (PT) em 2022.
“A anistia é um remédio previsto na Constituição, de iniciativa do Parlamento, independentemente de qualquer um dos outros Poderes. É o caminho da pacificação”, alegou, no carro de som. “Esperamos que essa anistia tenha o apoio dos outros dois Poderes, além do Legislativo.”
Na última sexta-feira 27, Moraes declarou encerrada a fase de instrução da ação penal e abriu prazo para as alegações finais da Procuradoria-Geral da República e dos oito réus do chamado núcleo crucial da trama golpista, entre eles Bolsonaro.
O ex-capitão responde por organização criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
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