Economia
Governo Lula arrecada R$ 230 bilhões em maio e bate recorde para o mês
Dados da Receita são divulgados no momento em que o Planalto se vê pressionado a turbinar receitas


A arrecadação federal registrou em maio o melhor desempenho para o mês desde que a Receita Federal iniciou seus registros, em 1995. O montante arrecadado chegou a 230,152 bilhões de reais, um crescimento real de 7,66% frente ao mesmo período do ano passado.
Nos primeiros cinco meses de 2025, o acumulado do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu 1,191 trilhão de reais. Esse valor supera em 3,95% o registrado no mesmo intervalo de 2024, já considerada a inflação.
A maior parte da arrecadação vem de receitas da União. Os tributos sob gestão direta da Receita Federal apresentaram expansão ainda mais acentuada (80,02%, em termos reais), alcançando 223,750 bilhões de reais.
De janeiro a maio, essa categoria de receitas totalizou 1,138 trilhão de reais, um ganho real de 4,62% sobre o mesmo período do ano passado.
Segundo análise da Receita, diversos elementos econômicos contribuíram para os resultados positivos. O setor de comércio exterior, por exemplo, teve um papel de destaque. O aumento das alíquotas médias, combinado com a evolução da taxa cambial, ampliou a arrecadação.
Além disso, a alta da taxa Selic provocou um incremento na coleta do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre operações de capital.
Em contraste com a pujança das receitas tributárias convencionais, os recursos administrados por outras instituições governamentais sofreram retração. Esse segmento, dominado pelos royalties petrolíferos, recuou 3,52% em maio, marcando 6,401 bilhões de reais.
Entre as categorias tributárias que mais contribuíram para o resultado, PIS/Pasep e Cofins registraram crescimento real de 10,01% em maio, atingindo 46,951 bilhões de reais.
O Imposto de Rendimentos de Residentes no Exterior apresentou expansão de 50,94%, a 7,522 bilhões de reais. Já a Receita Previdenciária avançou 5,86%, totalizando 57,61 bilhões.
Esses números são divulgados no momento em que a equipe econômica do governo busca formas de ampliar a arrecadação, pressionada pelo arcabouço fiscal.
Nesta quinta-feira 26, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a derrota do governo na votação inesperada do Congresso que decidiu barrar o decreto de reajuste do IOF.
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