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Conheça as instalações nucleares iranianas na mira dos EUA e de Israel
Diante das acusações de que busca desenvolver bombas atômicas, Teerã defende que deseja dominar a tecnologia nuclear para fins pacíficos


O programa nuclear do Irã está no centro dos ataques deflagrados por Israel desde 13 de junho e dos bombardeios anunciados pelos Estados Unidos neste sábado 21.
O presidente Donald Trump afirmou que as Forças Armadas norte-americanas realizaram “ataques bem-sucedidos” contra três instalações nucleares iranianas, incluindo a usina subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordow.
Diante das acusações de que busca desenvolver bombas atômicas, Teerã defende que deseja dominar a tecnologia nuclear para fins pacíficos.
As instalações nucleares iranianas se fortaleceram ao longo de anos, espalhadas por vários locais, algumas em bunkers subterrâneos. A agência da ONU diz que o Irã dobrou o enriquecimento de urânio em três meses.
As instalações contam com um concreto reforçado, e algumas das construções subterrâneas estão conectadas por túneis. As principais instalações nucleares do Irã estão em Natanz, Isfahan, Teerã, Bushehr e Arak.
Natanz
Localizada a cerca de 300 quilômetros ao sul de Teerã, na província de Isfahan, em Natanz fica o principal centro de enriquecimento de urânio no Irã.
O local tem centrífugas que enriquecem urânio para fins civis e, potencialmente, militares.
A instalação está localizada em bunkers subterrâneos para protegê-la de ataques aéreos. Natanz tem sido alvo de vários atos de sabotagem atribuídos a Israel, incluindo o uso do vírus Stuxnet para atacar os sistemas operacionais, explosões e cortes de energia. O sistema de defesa aérea da instalação teria sido desativado em abril de 2024.
Isfahan
O Centro de Tecnologia Nuclear na cidade de Isfahan é uma usina de processamento de urânio que prepara o material radioativo para enriquecimento. Aqui, o óxido de urânio, também conhecido como yellowcake, é convertido em tetrafluoreto de urânio (UF4) e hexafluoreto de urânio (UF6). Esse composto químico é usado em centrífugas para o enriquecimento de urânio.
Saghand
Essa mina de urânio está localizada na região desértica da província de Yazd, a cerca de 200 quilômetros a nordeste da cidade de Yazd. A mina é um dos poucos locais conhecidos de mineração de urânio no Irã e fornece o urânio bruto usado no programa nuclear do país.
Bushehr
A primeira usina nuclear civil iraniana está na costa do Golfo Pérsico, no sul do Irã, e é usada para gerar eletricidade. Ela não é usada para fins militares.
Teerã
O Reator de Pesquisa de Teerã é uma instalação de pesquisa na capital iraniana, usada principalmente para a produção de radioisótopos médicos que são usados no tratamento do câncer e no diagnóstico da medicina nuclear.
O reator desempenhou um papel central durante as negociações do acordo nuclear de 2015, pois poderia ser usado não apenas para fins médicos, mas também potencialmente para aplicações militares se urânio altamente enriquecido fosse usado.
Parchin
A instalação, localizada a cerca de 30 quilômetros a sudeste de Teerã, serve oficialmente como local de testes para armas convencionais e mísseis. No entanto, há relatos que sugerem que atividades relacionadas ao desenvolvimento de armas nucleares também podem ocorrer no local.
Karaj
Um centro de pesquisa para tecnologias nucleares nas áreas da agricultura e medicina está perto da cidade de Karaj, a cerca de 40 quilômetros a oeste de Teerã. De acordo com relatos, essa instalação também poderia ser usada para a produção e o desenvolvimento de centrífugas para o enriquecimento de urânio.
Em junho de 2021, a instalação foi alvo de uma tentativa de sabotagem que, segundo fontes iranianas, não teve sucesso.
Qom
A Usina de Enriquecimento de Combustível de Fordow está localizada a cerca de 160 quilômetros ao sul de Teerã, perto da cidade de Qom. Ela está instalada em uma montanha para protegê-la de ataques aéreos. O local produz urânio altamente enriquecido.
Arak
Um reator de água pesada na cidade de Arak, cerca de 240 quilômetros a oeste de Teerã, tem potencial para produzir plutônio adequado para a construção de armas nucleares. No entanto, após o acordo nuclear de 2015, o reator foi modificado para evitar esse uso.
(Com informações da Deutsche Welle)
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