Mundo

Putin diz que encontro com Zelensky será possível na ‘última etapa’ de negociações

A Rússia quer que a Ucrânia retire suas forças de quatro regiões que Moscou reivindica ter anexado. Kiev rejeita

Putin diz que encontro com Zelensky será possível na ‘última etapa’ de negociações
Putin diz que encontro com Zelensky será possível na ‘última etapa’ de negociações
Os presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia). Imagem: Presidência da Ucrânia e Alexander Kazakov/Pool/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente russo Vladimir Putin declarou nesta quinta-feira 19 (data local, quarta-feira 18 no Brasil) estar disposto a se reunir com seu par ucraniano, Volodimir Zelensky, apenas no contexto da “última etapa” das negociações entre Moscou e Kiev, após mais de três anos da invasão russa ao país vizinho.

“Estou até disposto a me encontrar com ele [Zelensky], mas somente se for a última etapa” das conversas, afirmou Putin durante um encontro com representantes da imprensa internacional, incluindo a AFP.

Contudo, o dirigente russo pôs novamente em dúvida a legitimidade de Zelensky, cujo mandato expirava oficialmente em maio de 2024. A ofensiva russa e a posterior implementação da lei marcial na Ucrânia impediram a organização de eleições presidenciais.

“Estou disposto a me encontrar com todo o mundo, inclusive Zelensky. Essa não é a questão. Se o Estado ucraniano confia em uma pessoa em particular para realizar essas negociações, meu Deus, essa pessoa pode ser Zelensky”, insistiu.

“Pouco importa quem negocie, inclusive se é o chefe atual do regime”, acrescentou.

O dirigente do Kremlin assinalou que, em qualquer caso, é preciso “encontrar uma solução que, não apenas ponha fim no conflito atual, mas que também crie as condições necessárias para evitar que tais situações se reproduzam no longo prazo”.

Russos e ucranianos realizaram recentemente em Istambul duas rodadas de conversas, as primeiras desde 2022. Estas não desembocaram em nenhum avanço para um cessar-fogo no conflito que deixou dezenas de milhares de mortos e feridos.

A Rússia quer que a Ucrânia retire suas forças de quatro regiões que Moscou reivindica ter anexado, renunciar à sua adesão à Otan e limitar o tamanho de seu exército.

Kiev rejeita essas condições e exige recuperar todo o território perdido desde 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia, e garantias de segurança de seus aliados ocidentais para prevenir uma futura ofensiva.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo