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Zambelli tem vontade de se apresentar às ‘autoridades italianas’ e não quer ficar foragida, diz defesa
Advogado da bolsonarista diz, porém, que ela só deve se apresentar após a defesa enviar uma manifestação ao Ministério da Justiça do país europeu


O advogado Fabio Pagnozzi, que assumiu Carla Zambelli (PL-SP) após a fuga do Brasil, afirmou neste sábado 14 que a deputada federal licenciada deseja se apresentar às autoridades italianas na semana que vem, após a entrega de uma manifestação da defesa ao Ministério da Justiça do país.
Zambelli foi condenada por participação na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça. Ela deixou o Brasil pela Argentina, passou pelos Estados Unidos e seguiu para a Itália. A deputada está na lista de difusão vermelha da Interpol, e o governo brasileiro já formalizou o pedido de extradição às autoridades italianas.
“Existe um devido processo legal a ser cumprido antes de uma extradição”, disse Pagnozzi ao jornal O Globo. “A deputada não quer ficar foragida. Tem a vontade de se apresentar às autoridades italianas na semana que vem, depois que protocolado o recurso. Ela não quer ficar escondida“.
Na sexta-feira, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski disse que a polícia italiana já tem indícios sobre o paradeiro da congressista e está à procura dela. O auxiliar de Lula ainda citou o caso Cesare Battisti e rejeitou os argumentos levantados por Zambelli de que sua cidadania italiana impediria a extradição.
A defesa da parlamentar já admite ser provável a prisão de sua cliente. Ainda assim, diz estar confiante na obtenção de um habeas corpus e tem afirmado que Zambelli prefere cumprir a pena à prisão em território italiano.
Pagnozzi acredita serem grandes as chances de a Justiça italiana negar a solicitação de extradição. “O que vai contar muito é a tipificação do crime. No caso dela, não parece ser grave o suficiente para que seja extraditada. Também não vejo precedente para isso. Mas é uma decisão que cabe à Justiça italiana, claro”.
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