Política
Deputados bolsonaristas atropelam regra de Motta e levam cartazes contra Haddad ao plenário
Cartazes, banners e panfletos estão proibidos desde de fevereiro por determinação do presidente da Casa


Deputados de oposição desrespeitaram uma regra imposta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e levaram nesta quarta-feira 11 ao plenário da Casa cartazes para protestar contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Acompanhado de diversos parlamentares de oposição, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), discursou contra as medidas da pasta e chamou Haddad de ‘Taxadd”. “Vamos sempre lutar contra o aumento de impostos porque o brasileiro, pode ser o pobre, o classe média vão sempre pagar impostos no Brasil”, disse.
Cartazes, banners e panfletos estão proibidos no plenário da Câmara desde de fevereiro por determinação de Motta. O presidente da Casa baixou essa regra após deputados protagonizarem um bate-boca na Câmara dos Deputados por causa da denuncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O protesto acontece após uma audiência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara terminar em bate-boca entre Haddad e deputados bolsonaristas. O chefe da Fazenda também foi questionado sobre a situação fiscal do Pais, à luz do decreto que trata de mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF.
A confusão começou depois que Nikolas Ferreira (MG) e Carlos Jordy (RJ), ambos do PL, fizeram perguntas provocativas ao ministro sobre uma suposta “gastança” do governo Lula, mas deixaram a reunião antes de ouvir suas respostas.
Ao respondê-los, Haddad criticou a ausência dos parlamentares. “Nikolas sumiu, [perguntou] só para aparecer. Tenha maturidade…corre daqui e não quer ouvir explicação, quer ficar com o argumento dele. Não quer dar chance de o diálogo fazer ele mudar de ideia”.
Jordy, que havia deixado a comissão, retornou à audiência após ser avisado das declarações por aliados. “Moleque é você, ministro, por ter aceitado um cargo dessa magnitude e só ter feito dois meses de [faculdade] economia”.
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