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Ex-presidente argentina Kirchner convoca apoiadores a se organizarem diante de possível prisão
A ex-presidente (2007-2011 e 2011-2015) e ex-vice-presidente (2019-2023) foi condenada a seis anos de prisão e inabilitação política por corrupção


A ex-presidente argentina Cristina Kirchner (centro-esquerda) convocou, nesta segunda-feira 9, seus apoiadores a se organizarem diante da possibilidade de uma prisão iminente, que ela atribuiu a uma perseguição judicial para torná-la inelegível.
A ex-presidente (2007-2011 e 2011-2015) e ex-vice-presidente (2019-2023) foi condenada a seis anos de prisão e inabilitação política por corrupção, mas não foi presa porque a Suprema Corte ainda precisa decidir se aceitará analisar um recurso apresentado por sua defesa.
Em meio a especulações de que o tribunal decidirá contra ela a qualquer momento, centenas de militantes peronistas se reuniram em frente à sede do Partido Justicialista (PJ), principal força opositora ao governo, cujos dirigentes se declararam “em alerta” diante de uma eventual decisão desfavorável.
“Desde o militante mais humilde até o mais influente tem uma imensa responsabilidade: organizar-se,” disse Kirchner, que é presidente do partido, diante das principais lideranças do peronismo e com centenas de manifestantes apoiando-a na rua.
“Enquanto seguem andando pelas ruas livres de qualquer culpa aqueles que fizeram mega renegociações e endividaram o país, estar presa é um certificado de dignidade”, acrescentou, em crítica ao governo de Javier Milei.
Kirchner, de 72 anos, competirá por uma cadeira no populoso terceiro distrito eleitoral da província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina, onde o peronismo é forte. Se conseguir uma cadeira, terá imunidade enquanto durar seu mandato de quatro anos.
No entanto, se o tribunal rejeitar o recurso de Kirchner, ela não poderá se candidatar. Por ser maior de 70 anos, pode solicitar prisão domiciliar.
Kirchner classificou o tribunal como uma “guarda pretoriana do poder econômico” e fez um apelo para a unidade de seu espaço político. “Não importa quem seja o primeiro ou a primeira, mas sim que haja uma unidade que garanta a construção da vitória,” disse.
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