Sociedade
O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso do empresário encontrado morto em buraco em SP
A polícia trabalha com a hipótese de que o Adalberto Amarilio dos Santos tenha morrido antes de ser lançado ao buraco
A Polícia Civil ainda investiga se a morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos, encontrado em um buraco de obras de três metros de profundidade no Autódromo de Interlagos, zona sul da cidade de São Paulo, resultou de um acidente ou de um crime.
O empresário desapareceu na noite da última sexta-feira 30, após informar a um amigo que buscaria seu veículo no estacionamento do autódromo durante um evento sobre motocicletas. O corpo foi encontrado somente na terça-feira 3, no buraco de uma obra da prefeitura em uma área isolada por tapumes.
Ricardo Lopes Ortega, diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Técnica-Científica de São Paulo, disse à TV Globo que Adalberto pode ter sofrido uma compressão torácica que levou a uma morte por asfixia. O corpo da vítima também apresentava leves escoriações superficiais, que não se sabe se ocorreram em vida ou após a morte.
O Instituto Médico Legal ainda aguarda o resultado dos exames toxicológico, anatomopatológico e subungeal — este analisa o material encontrado sob as unhas da vítima e poderá indicar, por exemplo, eventuais sinais de luta corporal.
A principal linha investigativa da polícia é que o empresário morreu antes de ser jogado no buraco, devido à ausência de sinais de que ele tentou sair do local. Além disso, o corpo foi encontrado junto ao celular e a um capacete, mas estava sem calça e sapatos. A análise das câmeras de segurança indica que no capacete havia uma câmera, que, no entanto, foi removida.
Em depoimento, o amigo que acompanhava Adalberto no evento relatou que o empresário havia consumido maconha e oito copos de cerveja durante os shows que ocorreram como parte da programação.
A esposa de Adalberto, Fernanda Dândala, afirmou que teve seu último contato com o marido às 19h40 da sexta-feira. Na madrugada do sábado 31, ela pediu a uma parente que buscasse a localização do celular de Adalberto, e o rastreamento indicou que o aparelho estava no autódromo.
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