Mundo
Após ruptura do governo causada por ‘Trump holandês’, Países Baixos convocam eleições antecipadas
Geert Wilders, o líder da extrema-direita local, retirou o seu partido do governo e derrubou a coalizão no poder


Os Países Baixos convocaram eleições antecipadas para 29 de outubro, anunciaram as autoridades nesta sexta-feira 6, depois que o líder da extrema-direita Geert Wilders derrubou a coalizão no poder esta semana, ao retirar seu partido do governo.
“Definimos oficialmente a data das eleições (…) serão realizadas na quarta-feira 29 de outubro de 2025”, escreveu a ministra do Interior holandesa, Judith Uitermark, na rede social X.
“No próximo período, trabalharei com os municípios e outras partes interessadas para nos prepararmos para que este dia importante para a nossa democracia transcorra sem problemas”, acrescentou.
As eleições na quinta maior economia da União Europeia serão acompanhadas de perto em um momento em que os partidos de extrema-direita conquistam espaço em todo o continente.
Pesquisas indicam que o Partido para a Liberdade (PVV) de Wilders está empatado com o grupo de Esquerda/Verde do ex-vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.
O partido liberal VVD vem logo atrás, o que sugere que as eleições serão acirradas.
Wilders derrubou a frágil coalizão no poder na terça-feira, ao retirar seu partido do governo devido a um desacordo sobre migração. A queda do Executivo mergulhou os Países Baixos em uma crise política.
Para o líder da extrema-direita, o governo estava demorando muito para aplicar “a política migratória mais rigorosa” da história do país, impulsionada pela coalizão após a vitória inesperada de seu partido nas eleições de novembro de 2023.
O PVV de Wilders conquistou 37 das 150 cadeiras na câmara baixa do Parlamento.
O fragmentado sistema político holandês, no qual nenhum partido consegue obter maioria absoluta, exige a formação de coalizões. A questão será quem estará disposto a firmar um pacto com o PVV.
No final de maio, Wilders, conhecido como o “Trump holandês” por sua postura anti-imigração e cabelos platinados, já havia ameaçado deixar a coalizão se suas rígidas exigências a solicitantes de asilo e migrantes não fossem atendidas.
O plano incluía fechar as fronteiras para solicitantes de asilo, fortalecer os controles de fronteira e deportar cidadãos com dupla nacionalidade condenados por crimes.
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