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Vice-presidente da Guiana classifica como ‘fracasso’ a eleição venezuelana sobre região em disputa

Partido de Maduro venceu a primeira eleição em Essequibo, realizada no último domingo

Vice-presidente da Guiana classifica como ‘fracasso’ a eleição venezuelana sobre região em disputa
Vice-presidente da Guiana classifica como ‘fracasso’ a eleição venezuelana sobre região em disputa
O almirante Neil Villamizar participa da votação na Venezuela. O militar, próximo de Maduro, foi escolhido para governar Essequibo, uma região em disputa com a Guiana. Foto: Pedro MATTEY / AFP
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O vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, classificou como “fracasso” a eleição organizada pela Venezuela para escolher autoridades na rica região do Essequibo, disputada pelos dois países.

As eleições de 25 de maio incluíram pela primeira vez um governador e oito deputados para atender este território de 160 mil km² com vastos recursos petrolíferos e minerais.

O almirante Neil Villamizar, candidato pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o partido no poder, foi eleito governador, embora seu cargo seja simbólico, já que na prática a Guiana administra essa região.

Para o vice-presidente Bharrat Jagdeo, os pleitos foram “ilegais e fraudulentos”. “Foram um fracasso segundo qualquer padrão”, declarou nesta quinta-feira 29.

“O povo da Guiana, cada criança, cada homem, cada mulher, sabem instintivamente, geneticamente que cada pedaço de nosso território (…) nos pertence”, acrescentou. “Ninguém quer fazer parte da Venezuela, este é um território soberano guianense.”

Jagdeo negou que pessoas tenham cruzado para a Venezuela para participar das eleições. Os centros de votação estavam localizados no vizinho estado de Bolívar, de onde despacharão os novos eleitos.

Indicou ainda que as autoridades guianenses alertaram que qualquer venezuelano residente na Guiana que participasse da eleição “enfrentaria deportação imediata”. “Qualquer um que tente minar nossa soberania enfrentará acusações” na Justiça, assegurou.

A Guiana pediu ao tribunal máximo das Nações Unidas que ratifique as fronteiras estabelecidas em um laudo de 1899. Já a Venezuela apela ao Acordo de Genebra assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, que anulou a decisão anterior e estabeleceu as bases para uma solução negociada.

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