Do Micro Ao Macro

Associação de MPEs quer tirar 20 milhões da informalidade com ecossistema digital e presença global

Com serviços digitais e atendimento personalizado, entidade quer formar 6 mil agentes para apoiar quem ainda está fora do sistema

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Sindicato completa 36 anos com plano ambicioso de atuação nacional e internacional

O SIMPI — Sindicato da Micro e Pequena Indústria — chega aos 36 anos com o objetivo de ampliar o acesso à formalização e levar serviços práticos aos milhões de empreendedores informais que ainda estão fora do sistema.

Com mais de 1.100 credenciados já treinados, a entidade projeta chegar a 6 mil agentes em campo até dezembro de 2025. Esses profissionais terão como missão visitar empresas em todo o Brasil, orientar microempreendedores e facilitar a entrada de pequenos negócios na economia formal.

“O nosso foco está em quem mais precisa. Já formamos mais de mil agentes e vamos dobrar esse número até junho. A meta é chegar a seis mil até o fim do ano, com pessoas treinadas para orientar, apoiar e transformar a realidade de quem está à margem”, afirma Joseph Couri, presidente do SIMPI.

Mais de 20 milhões de negócios ainda estão na informalidade

De acordo com dados da própria entidade, o Brasil ainda registra mais de 20 milhões de empreendimentos em situação informal.

Para mudar esse cenário, o SIMPI oferece uma série de serviços voltados à formalização, capacitação e bem-estar do empreendedor — com foco em soluções de baixo custo, uso de tecnologia e apoio jurídico.

Por meio da plataforma digital www.simpi.org.br, os empreendedores acessam um ecossistema de suporte que inclui cursos online, emissão de CNPJ em até três horas, consultas por telemedicina, orientação jurídica preventiva, facilitação de crédito e um clube de vantagens exclusivo para associados.

Brasil registra mais empresários do que trabalhadores com carteira assinada

O Brasil encerrou 2024 com um marco inédito: há mais empresas registradas do que trabalhadores com carteira assinada.

Segundo levantamento da BigDataCorp, o país ultrapassou a marca de 60 milhões de Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNPJs) ativos.

Ao mesmo tempo, dados do IBGE indicam que o número de brasileiros com vínculo formal de trabalho chegou a 38,7 milhões.

Com isso, o volume de registros empresariais supera em mais de 20 milhões o total de empregos com carteira assinada.

Para Couri, os dados refletem uma mudança estrutural na economia brasileira.

“O crescimento expressivo do número de empresas ativas mostra que o Brasil está se transformando em um país de empresários”, afirmou.

Ele acrescenta que as Micro e Pequenas Empresas e os MEIs estão assumindo um papel relevante na geração de empregos, renda e no fortalecimento da economia nacional.

Saldo de novas empresas se mantém positivo

De acordo com o Mapa de Empresas do Governo Federal, divulgado no último quadrimestre de 2024, o país registrou 4.254.903 novas empresas no ano.

Esse número representa um crescimento de 9,8% em relação a 2023.

Apesar do fechamento de 2.436.190 empresas no mesmo período, o saldo foi positivo: 1.818.713 novos empreendimentos foram abertos.

Com esse avanço, o total de empresas ativas no país alcançou 22.004.843 no fim do ano.

Além disso, quando somado o número de trabalhadores por conta própria — incluindo os que atuam sem CNPJ — o total de empresários no Brasil ultrapassa 48,1 milhões de pessoas.

Presença internacional valoriza quem empreende fora do Brasil

A expansão da entidade também avança fora das fronteiras brasileiras.

Com sedes já instaladas em Nova York, Orlando, Califórnia, Michigan, Porto (Portugal), Gumma (Japão) e Taiwan, o SIMPI negocia a abertura de novas unidades na Itália e no Canadá.

A previsão é estar presente em 20 países até o final de 2025, sempre com atendimento em português e foco na realidade dos brasileiros no exterior.

“Temos orgulho de levar a força do pequeno empreendedor para onde ele jamais imaginou chegar. Atendemos quem fala a nossa língua e vive os mesmos desafios, mesmo longe do Brasil”, reforça Couri.

Estrutura digital oferece serviços acessíveis e personalizados

A atuação da entidade é dividida entre o SIMPI São Paulo, com foco sindical, e o SIMPI Nacional (ASSIMPI), que amplia o alcance dos serviços no Brasil e no exterior.

Entre as soluções disponíveis na plataforma digital estão:

  • Formalização e registro de empresas, com abertura simplificada e apoio jurídico;

  • Portal Educa SIMPI, com mais de 1.100 cursos online, muitos gratuitos;

  • Telemedicina com cobertura nacional e internacional, para empreendedores e seus dependentes;

  • Suporte jurídico e antifraude, com foco preventivo e educativo;

  • Ferramentas de análise e crédito, como AvaliaCred e B2B Positivo;

  • Cartão de benefícios e clube de descontos, com vantagens em saúde, farmácias e educação.

Os serviços são exclusivos para associados, com planos a partir de R$ 15 mensais para MEIs e R$ 20 para microempresas.

Empreendedorismo avança e remodela o mercado de trabalho

A mais recente edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do IBGE, indica que a taxa de desemprego caiu para 6,2% no fim de 2024.

Esse é o menor patamar registrado desde o início da série histórica em 2012.

Em paralelo, o número de brasileiros que trabalham por conta própria atingiu o maior nível já registrado.

Ao todo, 26,1 milhões de pessoas estavam nessa condição no final de 2024, o que representa um aumento de 1,9% em relação a 2023.

Por outro lado, o número de trabalhadores com carteira assinada também cresceu.

Houve alta de 2,7% no ano, totalizando 38,7 milhões de pessoas com vínculo formal de trabalho — o maior número da série.

Informalidade e fechamento de empresas ainda preocupam

Apesar dos avanços, o ambiente de negócios brasileiro ainda enfrenta obstáculos importantes.

Em 2024, houve um aumento de 12,1% no número de empresas encerradas em comparação com o ano anterior.

Além disso, a taxa de informalidade no mercado de trabalho continua elevada.

O índice chegou a 38,6% da força de trabalho, somando trabalhadores sem carteira e empreendedores informais.

Mesmo assim, os dados indicam uma tendência de recuperação econômica sustentada por Micro, Pequenas e Médias Empresas e pelos MEIs.

O saldo positivo na abertura de novos negócios, somado ao crescimento do emprego formal, aponta para um cenário de continuidade na geração de renda e trabalho.

Entidade participa de políticas públicas e do debate nacional

O SIMPI também atua no campo institucional. Joseph Couri integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como “Conselhão”, e foi um dos articuladores da criação do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

“Estamos levando a realidade dos pequenos para dentro das decisões do governo. Nosso papel é dar voz a quem nunca teve. Não se trata apenas de política, mas de representação real”, afirma Couri.

A entidade ainda prevê, para 2025, a retomada do Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, pesquisa em parceria com o Datafolha que já serviu de referência para políticas públicas, instituições financeiras e planejamentos governamentais.

Comunicação direta com milhões de empreendedores

Além da atuação institucional e dos serviços digitais, o SIMPI investe em comunicação de massa.

O programa “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”, transmitido pela Rede Vida e redes sociais, já ultrapassa 9 milhões de visualizações mensais.

A entidade também desenvolveu uma plataforma online intuitiva, de acesso gratuito, que permite desde a solicitação de serviços até a participação em cursos.

“Transformar a vida de quem empreende sem apoio é a nossa missão. E queremos fazer isso com eficiência, verdade e orgulho. O Brasil é feito de pequenos negócios — e o SIMPI é feito para eles”, conclui Couri.

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