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Cuba acusa EUA de planejar rompimento de relações entre os dois países, restabelecidas em 2015

Este mês, Washington colocou Havana novamente na lista dos países que não cooperam plenamente na luta contra o terrorismo

Cuba acusa EUA de planejar rompimento de relações entre os dois países, restabelecidas em 2015
Cuba acusa EUA de planejar rompimento de relações entre os dois países, restabelecidas em 2015
Um homem amarra uma bandeira cubana no telhado da Universidade de Havana após os resultados da votação do projeto de resolução para acabar com o embargo dos EUA (Foto: YAMIL LAGE / AFP)
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Cuba acusou, nesta segunda-feira 26, a embaixada dos Estados Unidos em Havana, bem como o seu chefe de missão Mike Hammer, de tentar provocar uma crise bilateral para levar a uma “ruptura” das relações diplomáticas, restabelecidas em 2015.

“A embaixada americana em Havana, um instrumento histórico de subversão, tenta se tornar, com suas provocações, o detonador de uma crise bilateral que leve ao rompimento das ‘relações diplomáticas’ entre os dois países”, apontou o portal pró-governo Cubadebate.

Desde sua chegada à ilha, em novembro de 2024, Hammer visitou dissidentes, defensores dos direitos humanos, mães de presos políticos e jornalistas independentes em suas casas.

Também se reuniu com empresários e líderes religiosos, e convida todos os cubanos que desejam falar com ele a lhe escreverem por e-mail, uma prática que considera “muito importante para entender um país e seu povo”, disse em um vídeo divulgado pela embaixada.

Entre os opositores com quem se reuniu estão José Daniel Ferrer; a líder das Damas de Branco, Berta Soler; Guillermo Fariñas, vencedor do Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu em 2010; e Martha Beatriz Roque, ganhadora do Prêmio Internacional às Mulheres de Coragem, concedido pelos EUA, em 2024.

A embaixada americana publica na rede social X fotos de encontros que, segundo Havana, violam a Convenção de Viena e o acordo de restabelecimento das relações diplomáticas de 2015, o que Hammer nega.

“A operação ‘Hammer’, da qual somos testemunhas nas últimas semanas, aponta para um novo episódio de rarefação premeditada por meio da interferência mais crua e eloquente, que não esconde a autoria e o apoio do secretário de Estado Marco Rubio”, especificou o Cubadebate.

Entregador de mensagens

Em seu texto, o portal definiu o chefe diplomático como “sem controle, um mensageiro de encomendas, um entregador de promessas e dinheiro em troca de servilismo e confronto com o governo”.

O Cubadebate também criticou suas declarações durante uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira em Miami, um reduto do anticastrismo.

“No recente show em Miami, não pôde esconder sua verdadeira missão: ‘O governo Trump terá uma política dura em relação a Cuba’, possivelmente sua única verdade”, ressaltou.

Donald Trump, que durante seu primeiro mandato (2017-2021) endureceu como nenhum outro presidente dos EUA o embargo que Washington mantém desde 1962 sobre a ilha comunista, aumentou sua pressão sobre Cuba desde que retornou à Casa Branca, em janeiro.

O republicano reverteu a decisão de seu antecessor, o democrata Joe Biden, de retirar o país centro-americano da lista de patrocinadores do terrorismo, o que dificulta o comércio e o investimento estrangeiro.

Este mês, Washington colocou Havana novamente em outra lista proibida, a dos países que não cooperam plenamente na luta contra o terrorismo.

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