Mundo

Reino Unido inicia reestatização da operação de trens

Operadora South Western Railways voltou ao controle público após término da concessão. Promessa do premiê Keir Starmer, reestatização de toda a rede deve ser concluída até 2027

Reino Unido inicia reestatização da operação de trens
Reino Unido inicia reestatização da operação de trens
Operação de trens no Reino Unido sairá das mãos da iniciativa privada e voltará a ser comandada pelo Estado. Foto: Wikimedia Commons
Apoie Siga-nos no

A operadora de trens britânica South Western Railways, que oferece serviços em Londres e nas regiões sudeste e sudoeste da Inglaterra, voltou às mãos do Estado neste domingo 25, dando início à reestatização da operação de trens almejada pelo atual governo trabalhista.

Ao tomar posse em julho de 2024, o premiê Keir Starmer anunciou um amplo plano para reestatizar o serviço ferroviário britânico, que foi privatizado em meados da década de 90.

“Hoje é um divisor de águas em nosso trabalho para devolver as ferrovias para o atendimento dos passageiros”, disse a secretária de Transportes, Heidi Alexander, em um comunicado.

O serviço da South Western passou a ser de propriedade pública à 1h59 da manhã, horário local – no entanto, o primeiro trajeto a ser operado sob a nova propriedade foi realizado por um ônibus, devido a serviços de engenharia na via.

Quando o Reino Unido privatizou suas ferrovias?

As ferrovias britânicas têm hoje uma reputação ruim, com cancelamentos frequentes, preços altos de passagens e confusão sobre em quais linhas as passagens podem ser usadas.

Os sindicatos dos ferroviários, que fizeram várias greves por causa de salários nos últimos anos, ficaram satisfeitos com a reestatização. “Todos no setor ferroviário sabem que a privatização (…) não funcionou e não funciona”, disse Mick Whelan, secretário-geral do sindicato Aslef.

Os serviços ferroviários do Reino Unido foram privatizados em meados da década de 90, no governo do premiê conservador John Major, embora a rede ferroviária tenha permanecido em mãos públicas, administrada pela Network Rail.

Uma lei aprovada em novembro abriu caminho para que as 14 operadoras ferroviárias do país fossem colocadas novamente sob controle público quando seus contratos expirassem – todos eles terminarão no máximo em 2027 – ou antes, em casos de desempenho insatisfatório.

No caso da South Western Railways, a concessão expirou. Os serviços das operadoras Southeastern e da Eastern devem ser nacionalizados até o final de 2025. Todas as operações serão assumidas pela nova estatal Great British Railways.

Quatro operadoras já haviam sido colocadas sob controle público devido ao mau desempenho, mas essas medidas eram originalmente temporárias.

Promessa para acabar com “fragmentação” da rede

A secretária de Transportes, Heidi Alexander, afirmou que a reestatização das operações ferroviárias acabará com “30 anos de fragmentação”, mas ressaltou que a mudança levará tempo.

O governo trabalhista afirma que a reestatização economizará até 150 milhões de libras (R$ 1,1 bilhão) por ano em compensações pagas às operadoras ferroviárias.

Os sistemas ferroviários de Irlanda do Norte, da Escócia e do País de Gales são todos controlados pelo Estado.

Na Alemanha, a maioria dos trens e da infraestrutura ferroviária é de propriedade da empresa estatal Deutsche Bahn (DB).

(DW, AFP, ots)

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo