Economia
Galípolo projeta Selic alta por ‘período bastante prolongado’
Em 7 de maio, o Copom elevou a taxa a 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas


O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou considerar necessário que a taxa básica de juros, hoje em 14,75% ao ano, permaneça em um nível elevado por um “período bastante prolongado”. A declaração foi proferida nesta segunda-feira 19, no evento Annual Brazil Macro Conference, promovido pelo banco Goldman Sachs, em São Paulo.
“Dado o que aconteceu no passado recente, dado o nível de desancoragem das expectativas, temos consciência de que desta vez nós precisamos permanecer com essa taxa de juros por mais tempo em um patamar restritivo”, declarou Galípolo.
O momento, disse ele, é de “profunda incerteza internacional” em razão do tarifaço promovido pelo presidente Donald Trump nos Estados Unidos.
Para o chefe da autoridade monetária, serão necessários novos dados sobre a atividade econômica e a inflação para que o BC decida o que fará com os juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária. “O ambiente demanda cautela e flexibilidade. O momento é de reunir informações com parcimônia.”
Questionado sobre uma eventual queda da taxa, Galípolo afirmou que o BC ainda não teve essa discussão.
Também destacou que a atividade econômica continua “surpreendentemente” aquecida, apesar de taxas de juros “que seriam entendidas como bastante restritivas em qualquer outra economia”.
Em 7 de maio, o Copom elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. Foi o sexto aumento consecutivo no índice, desde setembro do ano passado. Na ata da reunião, o comitê manteve sob interrogação seus próximos passos e reforçou a necessidade de cautela e flexibilidade.
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