Economia
Falhas do governo são o maior risco para fazer negócios no Brasil
A pesquisa de 2018 do Fórum aponta problemas de infraestrutura, corrupção, políticas para dívidas e discordâncias políticas
O maior risco para se fazer negócios no Brasil em 2017 e 2018, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial sobre o tema, é a governança nacional falha, item abrangente que inclui desde infraestrutura ineficiente e corrupção até dificuldades em concordar com a política de registro de dívida e a falta de solução dos problemas políticos no País.
Este é o principal perigo a ameaçar transações de empresários e investidores também na Bolívia, no Equador, na Guatemala e no Panamá figurando ainda como o segundo problema no México, na Nicarágua, no Peru e em Trinidad e Tobago. Falhas dos governos nacionais são o risco mais apontado para os negócios no conjunto da América Latina e Caribe, apontou a pesquisa.
O segundo maior risco para os negócios no Brasil, diz o trabalho do Fórum Econômico Mundial, são as catástrofes naturais, categoria que inclui as grandes inundações e as secas prolongadas e o terceiro perigo apontado são falhas da governança regional. A quarta maior ameaça é a proliferação de doenças infecciosas principalmente a febre amarela, a dengue, a zika, a chikungunya, a hepatite A e a sífilis segundo as estatísticas brasileiras. Em quinto e último lugar, conforme as respostas dos entrevistados para a pesquisa do Fórum Econômico Mundial, figura a possibilidade de ataques terroristas.
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O levantamento é feito desde 2006 e constata a cada ano que o risco só aumenta no planeta “instável e inquietante” dos dias atuais. “Nos complexos sistemas que compõem o nosso mundo, do ambiental ao financeiro e do social ao geopolítico, os sinais de tensão são evidentes”, chamam atenção os autores do estudo.
O trabalho do Fórum Econômico Mundial foi realizado com dados do Executive Opinion Survey, pesquisa de onde são extraídas as informações para elaboração do Relatório de Competitividade Global. Incluiu-se nesse levantamento uma pergunta para avaliar especificamente as percepções das empresas sobre o riscos globais que os empresários e executivos pensam representar um desafio operacional.
Os entrevistados foram convidados a selecionar quais eram os cinco riscos globais, em uma lista de 30 itens, que acreditavam justificar maior preocupação para fazer negócios no país de cada um nos próximos dez anos.
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Na América Latina e Caribe, o risco de “profunda instabilidade social” subiu da terceira posição na pesquisa de 2017 para a segunda posição em 2018, refletindo o agravamento das tensões sociais em partes da região. Os últimos dois anos, diz o Fórum Econômico Mundial, “envolveram um ciclo eleitoral intenso no continente que, combinado ao surgimento de sucessivos escândalos de corrupção no centro do debate público, reafirmou a desconfiança de longa data dos eleitorados em instituições e reforçou a polarização política.
Instabilidade social profunda foi classificada como o risco número um em Honduras e no México, e foi o segundo maior risco em outros três países: Bolívia, Panamá e El Salvador. Uma combinação de fissuras sociais, incluindo pobreza, desigualdade, desafios de segurança, riscos para a saúde, desemprego, altos níveis de emprego informal, e redes de segurança social e provisões de aposentadoria insuficientes constituem uma caixa de pólvora em vários países”.
Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, “A Venezuela já está em uma situação crítica sem precedentes e a extensão do colapso de sua economia e das suas instituições políticas se reflete nos riscos priorizados pelos entrevistados: “inflação incontrolável”, “colapso ou crise do Estado”, “instabilidade social profunda”, “ crise alimentar ”e“ fracasso da governança nacional ”.
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