Mundo
Novos bombardeios israelenses deixam pelo menos 33 mortos em Gaza
Israel retomou as operações no território palestino em 18 de março, encerrando uma trégua de dois meses na guerra


A Defesa Civil de Gaza informou que o bombardeio israelense deixou pelo menos 33 mortos neste domingo 18, incluindo muitas crianças, um dia após Israel anunciar uma intensificação de sua ofensiva no território palestino.
No sábado, o Exército israelense anunciou que havia lançado “bombardeios extensos” para “tomar o controle de áreas da Faixa de Gaza” e atingir os objetivos da guerra, que incluem a libertação de reféns e a derrota do Hamas, o movimento islamista que governa o território.
A intensificação dos bombardeios coincide com o aumento da pressão internacional sobre as terríveis condições humanitárias em Gaza devido ao bloqueio imposto por Israel desde 2 de março.
O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, informou que 22 dessas vítimas foram mortas em um ataque aéreo antes do amanhecer que atingiu as tendas de deslocados em Al Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.
Outras sete pessoas morreram em um ataque a uma casa em Jabaliya, e as demais mortes foram relatadas em Al-Zawaida e Khan Yunis, no sul, disse a fonte.
“Ouvi o som de explosões, depois vidro e pedras caíram sobre mim. Restou apenas uma nuvem de poeira”, disse Saleh Hamida após um bombardeio destruir uma casa ao lado da sua em Al Zawaida.
Em um hospital em Khan Yunis, vários jovens lamentaram a morte de seus entes queridos, cujos corpos jaziam no chão, envoltos em lençóis.
O Ministério da Saúde de Gaza informou neste domingo que todos os hospitais públicos na parte norte do território palestino estão “fora de serviço” depois que forças israelenses sitiaram o hospital indonésio.
Cresce a pressão sobre Israel
O anúncio da intensificação da ofensiva israelense atraiu críticas internacionais no sábado, durante uma cúpula da Liga Árabe em Bagdá.
Na declaração final, os líderes pediram financiamento para a reconstrução de Gaza e mais pressão internacional para “interromper o derramamento de sangue”.
Israel retomou as operações no território palestino em 18 de março, encerrando uma trégua de dois meses na guerra.
A guerra eclodiu após o ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro, deixando 1.218 mortos, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Milícias islamistas também sequestraram 251 pessoas em Israel. Destes, 57 permanecem cativos em Gaza, embora 34 tenham sido declarados mortos pelo Exército israelense.
A resposta de Israel no território palestino deixou mais de 53.272 mortos, a maioria civis, segundos dados recentes do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
Manifestantes foram às ruas de Tel Aviv novamente no sábado para protestar contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e exigir um acordo para a libertação dos reféns que ainda estão detidos.
“Em vez de trazê-los todos para casa aceitando o acordo que está sobre a mesa, Netanyahu está nos arrastando para uma guerra política desnecessária que resultará na morte de reféns e soldados”, disse Zahiro Shahar Mor, sobrinho de Avraham Munder, que morreu em cativeiro em Gaza.
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