Política
Ato contra a reforma da Previdência ganha ares de campanha eleitoral
Em São Paulo, público fez recepção calorosa a Lula. O ex-presidente encerrou seu discurso com “até a vitória”
O ato que reuniu milhares de manifestantes em sete quadras da Avenida Paulista para protestar contra a reforma da Previdência, na quarta-feira 15, terminou com ares de campanha eleitoral.
Agendado para às 16h, em um dia marcado por greves em pelo menos 22 capitais , os manifestantes começaram a se reunir cerca de uma hora antes do combinado. Movimentos sociais e sindicais como CUT, Conlutas e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) aproveitaram o evento para pedir também a saída de Michel Temer e a não aprovação da reforma da CLT, que prevê terceirização irrestrita.
Ao final do evento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou durante cerca de oito minutos. Recebido sob gritos de “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”, ele afirmou que fica cada vez mais claro que “o golpe dado neste País não foi apenas contra a Dilma, contra os partidos de esquerda”, e, segundo ele, veio para acabar com as conquistas da classe trabalhadora ao longo de anos, com as reformas trabalhista e da Previdência.
Em um discurso duro contra Temer, a quem chamou de fraco e ilegítimo, Lula reconheceu que o atual governante do País montou no Congresso Nacional uma força política que quase nenhum presidente conseguiu e que o objetivo desse grupo é fazer com que o trabalhadores não se aposentem.
“Toda essa força está predestinada a tentar colocar goela abaixo da sociedade brasileira uma reforma da aposentaria que vai praticamente fazer com que milhões de brasileiros não consigam se aposentar”, disse Lula. “Vai fazer com que os trabalhadores mais pobres, sobretudo os rurais do Nordeste, passem a receber metade de um salário mínimo.”
O ex-presidente encerrou seu discurso com um “até a vitória”. O ato, segundo estimativas da CUT, contou a presença de 350 mil manifestantes. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



