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De comentários sobre Trump ao caso George Floyd: Papa Leão XIV é um usuário sem tabus das redes sociais

‘Precisamos ouvir mais os líderes da Igreja, rechaçar o racismo e buscar justiça’, disse Prevost após o assassinato de Floyd

De comentários sobre Trump ao caso George Floyd: Papa Leão XIV é um usuário sem tabus das redes sociais
De comentários sobre Trump ao caso George Floyd: Papa Leão XIV é um usuário sem tabus das redes sociais
O papa Leão XIV, em sua primeira aparição após a escolha. Foto: Tiziana Fabi/AFP
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Desde rebater o vice-presidente dos Estados Unidos até se manifestar contra a pena de morte, o Papa Leão XIV mostrou que não tem medo de expressar suas opiniões nas redes sociais.

Quando J. D. Vance afirmou que os cristãos devem, primeiramente, amar suas famílias, depois seus vizinhos, depois os membros da sua comunidade e seus compatriotas, Robert Prevost não hesitou em comentar. Ele usou a teologia para contradizer, no X, o vice-presidente, cujas opiniões religiosas rebateu diversas vezes.

“JD Vance se engana: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos demais”, publicou Prevost, cujo comentário recebeu dezenas de milhares de curtidas.

Bento XVI foi o primeiro papa a tuitar na conta @Pontifex, em 2012, mas Prevost foi o primeiro a se tornar Papa tendo um longo histórico de participações nas redes sociais.

Ele abriu sua conta no X há 14 anos, período em que publicou mais de 400 mensagens, nas quais expressou sua opinião sobre temas delicados: racismo, abusos sexuais pelo clero, pandemia, o caso George Floyd e a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Como era de se esperar para um americano que viveu durante décadas no Peru, a imigração é um tema importante para o novo Papa, que compartilhou críticas às políticas migratórias de Donald Trump.

Em 2017, Prevost publicou em sua conta um artigo que dizia que os Estados Unidos viviam “uma época obscura” de sua história, devido à proibição de entrada de refugiados no país decretada por Trump em seu primeiro mandato.

Dias depois de Floyd morrer asfixiado por um policial, em 2020, Prevost pediu que seus companheiros da Igreja Católica se manifestassem. “Precisamos ouvir mais os líderes da Igreja, rechaçar o racismo e buscar justiça”, publicou.

Prevost também pediu ao Vaticano a expulsão de religiosos que tivessem abusado sexualmente de menores. “Se você é vítima de abusos sexuais por parte de um sacerdote, denuncie”, declarou neste mês ao jornal peruano La República.

Em 2014, Prevost mostrou-se contrário à pena de morte: “É inadmissível”, publicou no X, o que repetiu em entrevistas, missas e declarações públicas. “Temos de ser sempre a favor da vida”, disse, certa vez, a jornalistas peruanos.

O novo Papa recorre ao humor, como quando afirmou que muitas pessoas são inteligentes, embora a maioria seja assintomática.

O ritmo de suas publicações nas redes sociais aumentou durante a pandemia, mas não se sabe se ele o manterá em seu pontificado.

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