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Fumaça branca: cardeais escolhem o novo papa

A escolha de Leão XIV – o cardeal Robert Francis Prevost, dos EUA – acontece no segundo dia de conclave no Vaticano

Fumaça branca: cardeais escolhem o novo papa
Fumaça branca: cardeais escolhem o novo papa
Habemus Papam: fumaça branca indica que um novo papa foi escolhido. Eleito ainda será revelado. Foto: Alberto PIZZOLI / AFP
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O novo papa está escolhido. A chaminé instalada no teto da Capela Sistina, no Vaticano, exibiu a famosa fumaça branca nesta quinta-feira 8, pouco depois das 13h (de Brasília) e das 18h em Roma. Cerca de uma hora depois, Leão XIV, nome escolhido pelo cardeal Robert Francis Prevost, dos EUA, foi anunciado como o novo líder da Igreja Católica.

Habemus papam

A famosa frase “Habemus Papam“, ou “temos um papa”, em tradução para o português, foi pronunciada pelo cardial diácono mais sênior, perante a multidão na Praça de São Pedro, após uma hora de preparação do cardeal escolhido.

Antes, como manda a tradição, Prevost foi conduzido à chamada “Sala das Lágrimas”, colocou as vestes papais e escolheu seu nome de pontífice. No local, ele foi perguntado e aceitou formalmente a missão de conduzir a Santa Sé.

Dois dias de votação

A decisão acontece, assim como nas duas eleições anteriores, no segundo dia de conclave. Bento XVI e Francisco também foram escolhidos na segunda jornada de votações.

Milhares de fiéis e curiosos lotavam a Praça de São Pedro, no Vaticano, e celebraram o sinal da escolha do novo pontífice. A ansiedade era grande desde a véspera, quando os cardeais se reuniram a portas fechadas para a escolha.

Na quarta-feira 7 e na manhã de quinta, a chaminé expeliu fumaça preta, indicando que, nas votações realizadas até ali, não havia um eleito.

Segundo as regras vigentes, para ser definido o novo papa, é preciso que ele tenha os votos de dois terços dos cardeais eleitores (aqueles que têm menos de 80 anos). Como são 133 eleitores, o eleito precisou receber o mínimo de 89 votos.

Quem é Robert Prevost

O cardeal nascido em Chicago, nos Estados Unidos, tem 69 anos – considerado jovem para um líder da Igreja Católica. Próximo do papa Francisco, foi nomeado cardeal em setembro de 2023, como parte de uma série de indicações feitas pelo papa argentino para ampliar a presença da igreja em partes do mundo em que ela tinha uma menor influência. A idade e o curto período como cardeal, aliás, eram alguns dos motivos pelos quais seu nome não aparecia nas principais listas de favoritos no conclave.

Apesar do nascimento nos EUA, a trajetória de Prevost na Igreja é ligada intimamente à América Latina, em especial ao Peru, onde foi pároco e serviu como chanceler de órgãos do Vaticano no final da década de 1980. Depois, alternou entre missões nos EUA e no Peru, onde se instalou mais definitivamente em 2014, quando foi nomeado administrador apostólico da Diocese de Chiclayo e se tornou bispo no ano seguinte.

Francisco tornou a ampliar a participação e influência de Prevost entre bispos e cardeais nos anos seguintes, o nomeando prefeito do Dicastério para os Bispos meses antes de fazê-lo cardeal. Ele é membro de outros seis dicastérios da Igreja e da Comissão para a Governança do Estado da Cidade do Vaticano, todas indicações feitas por Francisco.

As nomeações de Prevost em postos-chave da Igreja feitas pelo antecessor não foram por acaso: o agora papa Leão XIV, apesar de discreto, mostrou visões e posições muito alinhadas ao papa argentino quando falou com a imprensa. “O bispo não deve ser um pequeno príncipe sentado em seu reino”, disse em 2024, enquanto ainda era cardeal. Temas como o meio ambiente e socorro aos necessitados são outros pontos em comum entre os dois religiosos. O novo papa, inclusive, agradeceu a Francisco logo nas linhas iniciais da sua primeira mensagem aos fiéis.

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