Política
Boulos pede ao MPF a suspensão do Discord após plano de ataque ao show de Lady Gaga
Grupo articulou ação com explosivos improvisados e coquetéis molotov, segundo a Polícia Civil fluminense


O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) pediu ao Ministério Público Federal, nesta terça-feira 6, a suspensão do Discord no Brasil, após investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelarem que a plataforma foi utilizada para arquitetar um ataque a bomba no show de Lady Gaga, na capital fluminense.
Para o parlamentar, a revelação do plano “demonstra mais uma vez como a plataforma está sendo instrumentalizada por criminosos para orquestrar crimes de ódio, violência, assassinatos e, agora, ataques terroristas”. Ele também diz no ofício encaminhado à Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos que a empresa não possui CNPJ ou sede no Brasil.
Boulos argumenta que a situação da plataforma seria semelhante à que provocou a suspensão do X no País, no ano passado.
“A inexistência da devida representação legal em território nacional, junto com a leniência e a permissividade aos discursos de ódio e à incitação para a prática de crimes contra as instituições democráticas, foi um dos principais fundamentos para a ordem de suspensão do rede social X pelo Supremo Tribunal Federal”, frisou o deputado.
A Operação Fake Monster cumpriu 15 mandados de busca e apreensão contra nove alvos, entre adultos e adolescentes. O grupo investigado promovia “desafios” e conteúdos violentos em quatro estados: Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul. O plano era utilizar explosivos improvisados e coquetéis molotov durante o show da artista, e um dos alvos seria a comunidade LGBT+.
Segundo as investigações, o grupo desejava ganhar notoriedade com o ataque. Os envolvidos recrutavam participantes para um “desafio coletivo” pelo Discord, que tem sido cada vez mais usado por grupos de ódio que praticam e divulgam crimes como estupro virtual, maus-tratos a animais e outras formas de violência por “entretenimento”.
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