Do Micro Ao Macro

GenAI avança, mas de forma gradual nos serviços profissionais

Relatório indica que uso da tecnologia cresce, mas enfrenta barreiras técnicas, culturais e estruturais

GenAI avança, mas de forma gradual nos serviços profissionais
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A inteligência artificial generativa (GenAI) continua a despertar interesse, mas sua aplicação nos serviços profissionais ainda é restrita.

Segundo o relatório IA Generativa em Serviços Profissionais 2025, publicado pela Thomson Reuters, apenas 22% das organizações utilizam a tecnologia de forma efetiva.

O número é maior que os 12% registrados em 2024, porém ainda revela um movimento cauteloso e progressivo.

Esse crescimento não representa uma transformação imediata.

Pelo contrário, reflete uma incorporação gradual, marcada por desafios operacionais e estruturais nas empresas.

Setores como jurídico e contábil adotam com cautela

O estudo mostra que áreas como advocacia, contabilidade e consultoria tendem a ser mais criteriosas na adoção de novas ferramentas.

Isso ocorre por exigências relacionadas à precisão, responsabilidade e conformidade regulatória.

Por essa razão, muitas organizações ainda operam em fase de testes ou utilizam a GenAI apenas em aplicações pontuais.

A adoção em larga escala exige condições que vão além do interesse inicial.

Formação profissional é desafio para uso eficiente

Para Bruno Nunes, CEO da Base39 e especialista em tecnologia, o aproveitamento pleno da GenAI depende da qualificação das equipes.

“A educação e a formação contínua tornam-se essenciais para garantir que as equipes estejam preparadas para essa nova era digital”, afirma.

Nesse contexto, a capacitação dos profissionais é apontada como um fator decisivo para o avanço sustentável da tecnologia.

Sem esse preparo, o uso da GenAI pode gerar riscos operacionais ou não atingir o retorno esperado.

Infraestrutura limita expansão em países emergentes

A escassez de recursos computacionais é outro entrave à expansão da inteligência artificial generativa, especialmente em países como o Brasil.

Além disso, a falta de profissionais qualificados e de normas regulatórias claras impõe limites à implementação em larga escala.

Muitas empresas também enfrentam pressões financeiras.

A necessidade de retorno rápido sobre investimentos torna o foco em inovação um desafio estratégico, mesmo quando há interesse tecnológico.

Avanço será gradual, não disruptivo

Diante desse cenário, a GenAI deve avançar por meio de processos incrementais, e não como uma ruptura instantânea.

A transformação dependerá da maturidade tecnológica e da capacidade de adaptação das empresas.

A inteligência artificial já influencia os serviços profissionais, mas a consolidação ocorrerá com o tempo, acompanhando o desenvolvimento de infraestrutura, qualificação e regulação.

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