Política

Câmara deve votar na segunda urgência para projeto que prevê aumentar número de deputados

Se for aprovada, a proposta poderá ser votada diretamente em plenário e ampliar o número de cadeiras de 513 para 527

Câmara deve votar na segunda urgência para projeto que prevê aumentar número de deputados
Câmara deve votar na segunda urgência para projeto que prevê aumentar número de deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
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O requerimento de urgência para apreciação da proposta que aumenta o número de deputados federais está como primeira pauta do dia na Câmara para segunda-feira 5. O Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 177, de 2023, busca, ao mesmo tempo, alterar a quantidade e representatividade entre os parlamentares da Casa, a partir de 2027.

A medida atende uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que, por sua vez, atende um pedido do governo do Pará, e determina a redistribuição das atuais 513 cadeiras da Câmara com base no Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A ação fixou o prazo de 30 de junho de 2025 para o Congresso aprovar a redistribuição. Caso não seja aprovada, o Tribunal Superior Eleitoral ficará autorizado a redistribuir as vagas via resolução.

Equação política

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem acenado por um acordo com o STF. Nas contas pretendidas, ao invés de impor perdas para alguns estados, a saída seria ampliar em 14 o número total de postos de deputados federais para atender às bancadas cujos estados registraram aumento populacional. Dessa forma, a Casa abrigaria 527 membros.

A medida, caso seja aprovada, causaria um “efeito dominó” nas assembleias legislativas. Isso porque o número de deputados estaduais é proporcional ao número de federais. Assim, sete estados ganhariam cadeiras na Câmara e também aumentariam suas representações estaduais.

Dança das cadeiras?

A matemática para apontar a proporcionalidade de parlamentares é definida pelo quociente populacional nacional (QPN). O método leva em conta o total de habitantes e o número de assentos entre os estados e o Distrito Federal. Apesar da população do país ter aumentado, algumas unidades federativas passaram por redução nas últimas décadas.

Ao Brasil de Fato, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) fez uma projeção das possíveis mudanças com base no Censo 2022. Nela, sete estados ganham cadeiras e outros sete perdem. A lista de aumento aponta Santa Catarina (+4); Pará (+4); Amazonas (+2); além de Ceará, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso (+1 cada). Já na lista de perdas estão Rio de Janeiro (-4); Rio Grande do Sul, Piauí, Paraíba, Bahia (-2 cada); e Pernambuco e Alagoas (-1 cada).

A base legal do prazo previsto pelo STF para o Congresso aprovar a redistribuição está prevista na Constituição Federal de 1988, que define que número de cadeiras deve ser fixado por lei complementar e ajustado no ano anterior à eleição. A última atualização nessa composição foi feita em 1993, fixando a distribuição atual entre as unidades federativas. Até então, a referência era o Censo de 1991, que apontava uma população de 146,8 milhões de habitantes no país. O levantamento mais recente do IBGE é de 2022, divulgando cerca de 230 milhões.

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