Mundo

Guerrilheiros ordenam confinamento no noroeste da Colômbia em meio a onda de violência

A determinação do Exército de Libertação Nacional veio após mortes de militares e policiais

Guerrilheiros ordenam confinamento no noroeste da Colômbia em meio a onda de violência
Guerrilheiros ordenam confinamento no noroeste da Colômbia em meio a onda de violência
Foto: David Restrepo/Unsplash
Apoie Siga-nos no

O Exército de Libertação Nacional (ELN) ordenou o confinamento da população civil no noroeste da Colômbia por três dias a partir desta sexta-feira 2, em meio a uma recente onda de assassinatos contra militares e policiais.

O país atravessa seu pior pico de violência da última década, com negociações frustradas entre o governo e as organizações ilegais mais poderosas.

A governadora do departamento do Chocó (noroeste do país), Nubia Córdoba, denunciou nesta sexta-feira, na rede social X, uma “nova escalada de violência” na região em confrontos entre a guerrilha e o Clã do Golfo, o principal grupo narcotraficante da Colômbia.

Em um comunicado divulgado na quinta-feira, a Frente de Guerra Ocidental do ELN anunciou a proibição de “qualquer tipo de mobilidade” no rio Baudó e seus afluentes, uma área sem estradas onde a população se desloca exclusivamente pelo rio.

Segundo a guerrilha, o confinamento foi ordenado para “evitar que a população civil seja afetada” durante os enfrentamentos com o Clã do Golfo, de origem paramilitar.

Ambos os grupos disputam o controle desta zona chave para o tráfico de cocaína.

Conhecidas como “ataques armados”, as restrições à mobilidade civil são comuns nas regiões dominadas pelo ELN.

O anúncio ocorre dias depois que o presidente Gustavo Petro denunciou o “assassinato sistemático” do ao menos 27 policiais e militares nas últimas semanas sob um “plano de armas”, no estilo do falecido barão da cocaína Pablo Escobar.

O presidente atribuiu algumas das mortes a dissidentes das extintas guerrilhas das Farc e do Clã do Golfo.

Desde meados de janeiro, o governo também está liderando uma ofensiva contra o ELN em uma região na fronteira com a Venezuela conhecida como Catatumbo, após uma sangrenta investida da guerrilha contra um grupo dissidente das Farc que deixou mais de 70 mortos e 55 mil deslocados.

Sob a bandeira de uma política de “paz total”, Petro chegou ao poder em 2022 com o propósito de extinguir o conflito armado interno, que continuou após o acordo de paz com as FARC em 2016.

No entanto, em seu mandato, os grupos armados, financiados pelo tráfico de drogas, se fortaleceram. Cerca de 22 mil combatentes estão alimentando a guerra de meio século, de acordo com dados oficiais, em uma época de produção recorde de cocaína registrada pela ONU.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo