Do Micro Ao Macro

Veja as mudanças de hábitos que irão redefinir saúde, trabalho e consumo no Brasil

Estudo aponta como o conceito de impermanência altera padrões sociais e influencia decisões sobre moradia, mobilidade e alimentação

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O conceito de impermanência ganhou destaque em pesquisa realizada pela Neura, consultoria especializada em comportamento.

O levantamento, feito em parceria com a plataforma PiniOn, indica que 80% dos brasileiros acreditam ser possível se preparar para viver mais e melhor.

No entanto, apenas 4% afirmam que sempre planejaram a vida com essa perspectiva.

A pesquisa, intitulada A Permanência da Impermanência, foi feita com base em dados coletados ao longo de 2024.

Ela analisa como as transformações sociais estão alterando a forma como a população lida com saúde, moradia, trabalho, mobilidade e alimentação.

Saúde passa a incluir prevenção, personalização e tecnologia

De acordo com o estudo, o modelo tradicional de cuidados com a saúde tende a ser substituído por abordagens mais flexíveis e integradas.

A prevenção ganha relevância, assim como tratamentos personalizados, alinhados às necessidades físicas, mentais e sociais de cada pessoa.

Nesse contexto, surgem quatro tendências:

  • Saúde regenerativa: hábitos reavaliados de forma contínua.

  • Saúde remota: telemedicina como meio de democratização do acesso.

  • Saúde monitorada: uso de tecnologias para acompanhamento constante.

  • Saúde holística: integração entre áreas como medicina, nutrição e psicologia.

Moradia assume formatos adaptáveis e temporários

O estudo aponta que os lares passam a refletir uma nova lógica de uso.

Ambientes fixos dão lugar a espaços multifuncionais e a formatos como moradias sob demanda, compartilhadas ou intergeracionais.

Segundo Andre Cruz, CEO da Neura, “os cômodos mudam de função, as pessoas mudam de planos, os moradores mudam de lugar”.

Por isso, a moradia do futuro será adaptada a diferentes fases da vida.

Trabalho se torna mais fluido e menos hierárquico

A lógica do trabalho também passa por mudanças estruturais.

De acordo com a pesquisa, o modelo impermanente prevê menor rigidez nas relações e maior autonomia profissional.

Entre os pilares do novo modelo estão equilíbrio entre vida pessoal e profissional, aprendizado contínuo e colaboração entre gerações.

“Precisamos garantir que as pessoas participem ativamente na construção dessa nova ordem”, afirma Cruz.

Mobilidade valoriza acesso coletivo e sustentável

A mobilidade do futuro, segundo a pesquisa, precisa atender a demandas sociais mais amplas.

A proposta inclui acessibilidade, sustentabilidade e garantia do direito de ir e vir para todos.

Andre Cruz destaca a necessidade de pensar em soluções mais limpas e coletivas diante da complexidade urbana.

Segundo ele, “investir em conexão humana passa por discutir agora como desenhar o futuro da mobilidade”.

Alimentação inclui personalização e consciência

No campo da alimentação, o conceito de impermanência se traduz em equilíbrio, personalização e maior consciência sobre o consumo.

A Neura aponta que as decisões alimentares devem considerar a diversidade de reações dos organismos e a busca por qualidade de vida.

Andre Cruz afirma que “a comunidade será moldada pela adaptação”, e que padrões alimentares devem refletir necessidades específicas de cada pessoa.

Comportamento exige nova dinâmica cultural

Por fim, o estudo reforça que a impermanência está presente em todas as áreas da vida.

Com o avanço da tecnologia e as novas exigências sociais, o conceito se torna cada vez mais visível nas decisões individuais e coletivas.

“Entender as diferentes maneiras de encarar a existência é o primeiro passo para mudar hábitos”, afirma Cruz.

Ele completa: “a sociedade mudou e exige uma nova dinâmica cultural. A vida não é linear, mas uma jornada em constante transformação”.

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