Sociedade
Ativistas do Greenpeace são detidos após protesto na sede da JBS
Grupo foi acusado de invasão e levado pela Polícia Militar de São Paulo


Oito ativistas do Greenpeace foram detidos nesta terça-feira 29 pela Polícia Militar por terem participado de um protesto na sede da JBS, na capital paulista.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), eles foram detidos por invasão. Como havia argentinos entre os detidos, o caso acabou sendo levado para a Polícia Federal, onde a ocorrência está sendo registrada.
“Durante a ação, os suspeitos acessaram a empresa ao pular um muro e foram detidos pela corporação. Eles foram encaminhados à Polícia Federal, onde a ocorrência está sendo registrada. Os fatos foram encerrados às 15h”, informou a nota da secretaria.
A Agência Brasil buscou informações na Polícia Federal, mas não teve retorno. A reportagem também tentou entrar em contato com a empresa, mas sem sucesso.
Por meio de nota, o Greenpeace informou que os manifestantes interromperam a assembleia anual de acionistas da JBS na sede do complexo da multinacional em São Paulo nesta terça-feira. Durante o evento, eles teriam se levantado do meio da plateia para exibir faixas com os dizeres “Respeitem a Amazônia, Parem de Bancar a JBS” e “Seu Lucro, Nossa Extinção”. Também foi estendida uma faixa gigante, de 1,2 mil metros quadrados com a mensagem “JBS Profits, Forests Burn” (JBS Lucra, as Florestas Queimam, em tradução literal), que foi instalada no telhado de um galpão dentro do complexo.
“Em frente ao prédio onde ocorria a assembleia geral, dois ativistas se fantasiaram de bilionários, fazendo uma alusão aos sócios majoritários da JBS, Joesley e Wesley Batista. Outros ativistas exibiram mais cartazes de protesto e foram retirados do local com truculência por seguranças da empresa, que retiveram os equipamentos de foto e vídeo, demandaram que as imagens fossem apagadas e os empurraram para fora do complexo. A Polícia Militar foi chamada”, disse o Greenpeace, em nota.
O objetivo desse ato, diz a organização, era chamar a atenção para o papel da empresa na destruição das florestas, em especial da Amazônia. Durante a ação, o Greenpeace Brasil informou também ter publicado um dossiê online, chamado JBS: Cozinhando o Planeta, que reúne diversas notícias sobre casos de desmatamento ilegal e de violações de direitos humanos que estariam ocorrendo na cadeia produtiva da JBS.
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