Mundo

Trump demite marido de Kamala Harris do conselho do Museu do Holocausto

O conselho que supervisiona o Memorial do Holocausto na capital americana é composto por 63 membros

Trump demite marido de Kamala Harris do conselho do Museu do Holocausto
Trump demite marido de Kamala Harris do conselho do Museu do Holocausto
O presidente dos EUA, Donald Trump. Foto: Saul Loeb/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu Doug Emhoff, esposo de sua adversária democrata nas eleições americanas, Kamala Harris, do conselho de administração do Museu Memorial do Holocausto em Washington.

Emhoff fez campanha contra o antissemitismo durante a administração do presidente democrata Joe Biden (2021-2025), que o nomeou para o conselho da instituição.

“Permitam-me ser claro: a memória e a educação sobre o Holocausto jamais devem ser politizadas”, escreveu, nesta terça-feira 29, Emhoff, que é judeu, no Instagram, confirmando sua demissão.

“Transformar uma das piores atrocidades da história em um tema que polariza é perigoso, e desonra a memória dos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas que este museu foi criado para preservar”, acrescentou.

Emhoff é casado com Kamala Harris desde 2014. A ex-vice-presidente democrata na administração Biden foi derrotada por Trump nas eleições de 2024.

O conselho que supervisiona o Memorial do Holocausto na capital americana é composto por 63 membros, dos quais 55 são nomeados pelo presidente americano.

Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, Trump tem tentado deixar sua marca em instituições culturais e educativas, como o Kennedy Center em Washington e a Universidade de Harvard.

Também tem buscado ajustar contas com quem considera seus adversários, visando escritórios de advocacia associados a seus inimigos políticos, como o empregador de Emhoff, Willkie Farr & Gallagher.

Entre os ex-funcionários despedidos do conselho do Museu do Holocausto estão o chefe de pessoal da Casa Branca na gestão Biden, Ron Klain; a assessora de política nacional, Susan Rice, e um assistente da ex-primeira-dama Jill Biden, informou o jornal The New York Times.

O escritório de recursos humanos da Casa Branca enviou um e-mail aos membros do conselho nesta terça, segundo o NYT, que dizia: “Em nome do presidente Donald J. Trump, escrevo para lhe informar que sua posição como membro do Conselho do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos terminou, com efeito imediato”.

O conselho foi estabelecido pelo Congresso em 1980 e o Museu do Holocausto foi inaugurado em Washington em 1993.

Emhoff assegurou que seu compromisso com a memória do Holocausto e contra o antissemitismo permanece intacto.

“Continuarei me expressando, educando e lutando contra o ódio em todas as suas formas porque o silêncio nunca é uma opção”, frisou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo