Mundo
Rússia condiciona negociações de paz ao reconhecimento internacional das regiões anexadas na Ucrânia
O ministro das Relações Exteriores do Kremlin, Serguei Lavrov, está no Rio de Janeiro para encontro de chanceleres do Brics
A Rússia afirmou nesta segunda-feira 28 que está disposta a negociar com a Ucrânia, segundo o ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov em uma entrevista ao jornal O Globo também publicada em Moscou, na qual afirmou que é “imperativo” que a comunidade internacional reconheça a anexação de cinco regiões ucranianas, incluindo a Crimeia.
Lavrov está no Rio de Janeiro para a reunião dos chanceleres dos países integrantes do Brics. O encontro, que acontece nesta segunda-feira 28 e na terça 29, é uma etapa de preparação para a reunião dos presidentes, marcada para julho.
Desde que a Rússia iniciou uma ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022, suas tropas tomaram grandes superfícies de território em quatro regiões ucranianas: Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson. Em fevereiro daquele ano, Moscou declarou as demarcações como parte de seu país. A Crimeia foi anexada em 2014.
A Ucrânia denuncia as anexações como uma apropriação ilegal de seu território e afirma que nunca as reconhecerá, enquanto seus aliados na Europa alertam que aceitar as demandas da Rússia criaria um precedente perigoso que poderia abrir a porta para mais agressões.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou nesta segunda-feira à imprensa estatal que a Rússia “confirmou em reiteradas ocasiões sua disposição (…) para iniciar negociações com a Ucrânia sem condições prévias”.
Contudo, Lavrov disse na entrevista que “o reconhecimento internacional da propriedade russa da Crimeia, Sebastopol, da República Popular de Donetsk, República Popular de Lugansk, da região de Kherson e de Zaporizhzhia é imperativo”.
As declarações de Lavrov ao jornal O Globo foram publicadas em russo pela diplomacia de Moscou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo que acredita que seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, está disposto a renunciar à Crimeia, contradizendo a posição que Kiev mantém desde o início do conflito. Washington afirmou que esta semana é “crítica” para as negociações de um cessar-fogo.
Trump prometeu que resolveria o conflito na Ucrânia “em 24 horas” após seu retorno à Casa Branca, mas até agora seus esforços diplomáticos não apresentaram sucesso.
Com informações da AFP.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



