Lula e Alcolumbre costuram acordo por agências reguladoras e conclusão pode sair depois do Vaticano

O presidente Lula (PT) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), devem aproveitar a viagem para o Vaticano, marcada para quinta-feira 24, para finalizar o acordo que vai destravar as sabatinas das agências reguladoras.

Lula e Alcolumbre viajam à Europa para participar do velório e do sepultamento do papa Francisco, morto no último domingo 20. Também integram a comitiva o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, além da primeira-dama Janja da Silva e ministros de Estado.

Essa será a chance, segundo fontes do governo, de Lula e Alcolumbre finalizarem os últimos detalhes do acordo – que destravará as indicações da Presidência para as agências. Há, no momento, 19 cargos em aberto desde dezembro de 2024, quando os nomes para compor os órgãos foram publicados no Diário Oficial da União.

Alcolumbre pressiona para serem dele as indicações para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Agência Nacional de Mineração (ANM). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, luta para manter os nomes já definidos desde o ano passado.

Quem também acompanha de perto os pedidos de Alcolumbre são os senadores Eduardo Braga (MDB-TO) e Otto Alencar (PSD-BA), que já haviam acordado com o presidente do Senado que as indicações para a Aneel e para a ANP, respectivamente, seriam deles. 

Lula tenta conter o apetite de Alcolumbre, oferecendo indicações para cargos da nova diretoria do Banco do Brasil. O presidente do Senado, no entanto, quer mais.

Desde que voltou à presidência da Casa Alta, o amapaense tem Silveira como principal alvo de suas investidas. Alcolumbre chegou a pedir a cabeça do ministro do MME, mas Lula o segurou. Silveira é considerado da “cota pessoal” de Lula na Esplanada.

Além das indicações às agências, a viagem ao Vaticano também será decisiva para definir o novo titular do Ministério das Comunicações. A recusa de Pedro Lucas (União-MA) gerou desconforto no Palácio do Planalto, e agora o União Brasil tende a sugerir um nome mais técnico.

Como a indicação de Pedro Lucas foi articulada por Alcolumbre, o novo nome deverá passar por sua aprovação. No campo político, o mais cotado é Moses Rodrigues (União-CE). Já dentro do União Brasil, há quem defenda Miguel Matos, atual presidente do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, ou o presidente da Telebras, Frederico de Siqueira Filho.